UNS CROQUES NOS ESTADOS UNIDOS

Clerisvaldo B. Chagas

UNS CROQUES NOS ESTADOS UNIDOS
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2011


Croque no Nordeste: “cascudo”; pancada curta e vigorosa na cabeça, com os nós dos dedos da mão fechada. Embora a expressão em voga “vou dar-lhe uns croques” (no menino); também foi usada para amenizar a maldade humana. No lugar do coronel dizer: “Vou dar uma surra, vou dar uma pisa em fulano”, suavizava a frase, mas a intenção era a mesma, dá uma surra grande, de preferência com chibata de couro cru, de bater em cavalo. Uma surra, uma pisa de juntar bicho. Pisa de esfolar as carnes a ponto de apodrecer as feridas. Melhor dizer com sadismo: “Vou dar uns croques em Beltrano”.
A poderosa nação do norte, enriquecida com a primeira industrialização, as vendas da Segunda Guerra e as reservas minerais não levadas por colonizadores como na América do Sul, dominou o mundo sozinha quando do abandono da União Soviética à concorrência ideológica. Acostumada a mandar as cartas, sozinha, assim passou dezenas de anos, absoluta como xerife do mundo e uma vontade danada de pular para a cadeira cravejada de dono. Mas na terra, com duração maior ou menor, todo império tem sua limitação. Assim foi a China, com a Itália, com a União Soviética e com a Inglaterra que era tal “Rainha dos Mares”, fazendo também seus absurdos, acobertada pela riqueza da industrialização, exploração dos povos e poderosa marinha. O poder ficou com os Estados Unidos que, gastando trilhões e trilhões sem parar com suas guerras particulares pelo mundo todo, agora se encontram em situação econômica difícil. Essa nação faz até lembrar um cidadão de Alagoas que era vigilante e ganhou uma “bolada” na loteria. Deixou imediatamente o emprego e começou a gastar. Advertido para a gastança sem freio, o pobre rico nem ligava para os conselhos bem intencionados. Quando se viu sem um centavo e um monte de dívidas às costas. O vigilante ficou de fazer a buscar o mesmo tipo de emprego do tempo das vacas ossudas.
Com a economia combalida, recolhendo os cacos das guerras feitas no Iraque, no Afeganistão e companhia, devendo demais e vendo a crise solapando as nações, Os Estados Unidos vão tentando o equilíbrio da famigerada corda bamba. Para agravar as dívidas e o desemprego, a Natureza também parece entrar no páreo dos castigos terrenos com seus furacões. “Quero enfatizar que os impactos dessa tempestade, serão sentido por algum tempo. E o esforço de recuperação durará semanas ou mais”, disse o presidente.
A grande nação poderá até se recompor, mas não percamos o foco da história tendo Itália e Inglaterra, como exemplos. É a vez da China, Índia e Brasil. Apesar do chique americano, a Terra do Tio Sam não tem deixado de levar uns machucões, uns ganchos na face, frutos das suas próprias ações que se voltam e dão UNS CROQUES NOS ESTADOS UNIDOS.
*Acesse também o blog do autor: clerisvaldobchagas.blogspot.com






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