A capela da Imaculada Conceição data de 1.860, construída pelo cidadão Ponciano Machado Vilar, cuja primeira imagem ainda existente, esculpida em madeira, em tamanho de aproximadamente vinte e cinco centímetros, constitui-se uma preciosidade religiosa. No ano de 1.925, foi feita a primeira reforma, mas as paredes laterais continuaram de barro batido. A cidade de Olho d’Água das Flores não existia. Vez por outra aparecia no povoado um missionário, que pregava uma santa missão. O comércio foi prosperando, chegando a possuir duas bulandeiras de descaroçamento de algodão, pertencente ao cidadão Calixto Anastácio, que também possuía um veiculo, era um cidadão abastado juntamente com Izaú Ferreira. Em 1.800, chegou o Pe. Antonio Duarte a região sertaneja e ficou nesse lugarejo que denominou de Olho d’Água das Flores, em vista de uma cacimba que ficava sombreada por uns pés de paus d’arco que existiam em grande quantidade, foi, pois, Pe. Antonio Duarte quem deu o nome a esta cidade de Olho d’Água das Flores, o padre chegou a esta terra com doze escravos, todos do sexo masculino, e ambos se dedicaram a pecuária e a agricultura. Em 1.864 os irmãos Ângelo e Gil de Abreu, casados com duas mulheres irmãs gêmeas e pais de 26 filhos, formando uma comitiva de trinta pessoas agradaram-se da região e compraram tudo do padre Duarte, que foi embora para Salvador, em vista de estar muito velho e doente. Começaram essas famílias a irem assistir missa em Pedrão na capela de Nossa Senhora da Conceição, cujas missas eram celebradas somente pelo Natal, por um padre que vinha de Santana do Ipanema. Os irmão Ângelo e Gil de Abreu vieram de Bom Conselho do estado de Pernambuco, e trouxeram consigo, Sto. Antonio de Pádua, santo de suas devoções, eles chegaram a esta terra aos 20 de outubro de 1.864, exatamente, este ano de 2012, esta a fazer 148 anos. Em 1953, a então vila de Olho d’Água das Flores passa a condição de cidade, e o padroeiro continuam sendo Sto. Antonio de Pádua, cuja imagem ainda hoje existe. E este ano a imagem abriu os festejos do padroeiro, vindo do povoado Pedrão, pela primeira vez ao longo de quase cento e cinquenta anos, meio a contra gosto do padre, mas veio de lá mesmo, onde a primeira missa foi celebrada. Foi deveras uma carreata de mais de três quilômetros com o povo cantando e dando vivas a ao seu padroeiro, infelizmente, ninguém contou essa historia, porque o povo não sabe o muito menos o padre. Em 2014, Santo Antonio completará cento e cinquenta anos como padroeiro de Olho d’Água das Flores, assunto para outro artigo.
A primeira imagem por muitos anos viveu sob os cuidados do casal D. Jovelina e seu Antônio Vidinho, ambos religiosos do santo, sendo esse casal da genealogia dos Abreu, com o falecimento desse casal, o Santo desapareceu, pois na matriz já havia uma segunda imagem desde 1937, e a original foi encontrada no cemitério Sta. Rita de Cássia, fundada em 1925, coube ao venerando Monsenhor Moisés Vieira dos Anjos, resgatar a preciosa relíquia, levando-a para a casa paroquial. Com o falecimento do velho sacerdote, coube ao Pe. Mestre Janildo Medeiros os cuidados de dar uma roupagem nova ao santo, mas permaneceu na casa paroquial, via de regra, essa imagem aparecia, enquanto o Pe. Clodoaldo de Almeida escondeu a imagem, ninguém sabe, ninguém vê. Essa imagem é um patrimônio do povo olhodaguense há praticamente, 150 anos, um sesquicentenário conosco, deve ficar exposto num nicho especial para visitação publica, sair desse esconderijo e vir para seu lugar que é a matriz que leva seu nome, (tenho mais dez artigos sobre o mesmo assunto, só preciso de espaço para divulgá-los).
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