Entre o querer e o fazer, existe um grande abismo que é o desejo, que está implicitamente alojado entre um, e outro, carecendo a conscientização de cada um. Ao longo dos anos os estudiosos vêm se preocupando muito com o quesito lixo. Sair do lixo para o luxo, tem sido um longo e tenebroso caminho a se percorrer, como a vinda da lagarta passando pela metamorfose até se transformar na bela e esvoaçante borboleta, tudo isto carece paciência, determinação e pertinácia. Afirma os oceanógrafos que, existe no mar um entulho de lixo descomunal, que vem se acumulando ao longo do tempo, talvez seja efeito da ação dos ventos, quando é de se estranhar tal fenômeno, face o mar não aceitar nada morto em suas águas. Ora, tudo isto faz parte da ação da natureza preocupando os estudiosos, que muitas vezes não encontra respostas nem soluções para determinados fenômenos que via de regra ocorre na natureza.
O lixo no mundo vem preocupando sensivelmente as autoridades, haja vista ser o homem seu maior produtor, e o efeito da ação do lixo afeta a sociedade, o meio ambiente e até a camada de ozônio que filtra os raios solares que incidem sobre a terra. Diante de tanta gravidade, criou-se a política do lixo em cima dos grandes lixões amontoados das periferias das cidades, prejudicando o povo com infestação de mosquitos, escorpiões e outros males advindos desses descalabros levando os governadores de cada estado juntos ao Ministério Público, criarem leis, levando os gestores de todos os municípios criarem meios de acabarem com os convertidos lixões.
E em face essas determinações, os gestores municipais se movimentaram criando mecanismos, e até se consorciando objetivando resolver o grande problema nos seus municípios. O Ministério Público determinou que cada gestor cumprisse a Lei, isto é, encerrando o caso lixão, e que cada um assinasse o termo de ajustamento de conduta, apresentando planos para equacionar o caso em foco. A tripartite foi acionada unindo Governo Federal, Estadual e Municipal, sente-se nas entrelinhas no caso que já é grave o desejo dos gestores municipais de cumprirem o que determina a Lei, porém surgi um impasse, a recessão que ora vivencia o país, fazendo esbarrar o ideal dos prefeitos, que estão sentindo dificuldades em honrarem seus compromissos. Sabe-se que existem municípios que mal estão cumprindo suas obrigações mais prementes, porém sem realizar obras públicas. Onde conseguir verbas para resolver o problema dos grandes lixões? Parece que os propalados aterros sanitários não deram muito certo, quando muitos prefeitos fizeram em seu município, porém o lixo aumenta a cada dia, porque ele provém da atividade do homem. Existe um aterro sanitário no município de Olivença, e não em Olho d’Água das Flores como muitos erroneamente dizem, que congrega alguns lixos das regiões dos municípios circunvizinhos, o caso focado atenua o problema, mas não resolve, levando os prefeitos das regiões a se unirem na busca de uma solução, enquanto isto o povo espera a ação desses gestores na equacionalização do problema, Colly Flores, o poeta analfabeto, escreveu: “o lixo da casa do pobre, quando reciclado, torna-se luxo na casa do rico”.
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