NATAL DIFERENTE

Antonio Machado

NATAL DIFERENTE

ANTONIO MACHADO

Historicamente não foi o Natal que nos deu Jesus , mas Jesus quem nos deu o Natal, com seu nascimento, haja vista o Natal vir do vocábulo nascimento, segundo a tradição cristã, Jesus teria nascido no ano 01 aos 25 de dezembro, com certeza do casal José e Maria. Os anjos cantaram glórias nos céus e trouxeram paz a terra, sobretudo para os homens e mulheres de boa vontade, fatos estes que os povos cristãos guardaram como num relicário de fé, como fato vivo ligando os céus a terra dos homens. E o que é a fé? Alguém perguntou ao Sto. Doutor Agostinho de Hipona e o santo respondeu: “é uma ligação existente entre o criador e a criatura”. Cujo liame não vemos, mas sentimos aos olhos da fé. E os povos de todos os tempos, sempre quiseram homenagear o nascimento do Salvador, foram os nórdicos como índica a tradição que tiveram essa iniciativa, escolhendo o pinheiro com árvore símbolo da vida, visto sua folhagem resistir o frio, permanecendo bonito, e verdejante como simbolizar uma vida futura, levando a piedade de São Francisco de Assis, a criar o primeiro presépio da humanidade por volta de 1.223, que mais tarde, os franciscanos espalharam a ideia da comemoração do nascimento de Jesus, enfim o Natal. E assim os anos se foram na sua marcha incontida, fazendo a história dos homens, e eles mesmos foram escrevendo essa história com seus avanços e seus recuos, porque assim caminha a humanidade...
Natal simboliza paz, harmonia, traduzindo-se numa vida melhor onde todos tenham tudo, senão o básico, dentro de uma vida digna, eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância (Jesus Cristo). E uma vida em abundância pressupõe, uma vida com dignidade, com alimentação condigna, educação de boa qualidade, trabalho honesto, e isso o Criador entregou ao homem, crescei e multiplicai (Jesus Cristo), porém implicitamente, a palavra responsabilidade está escondida, mas presente nesta frase tão rica e carregada de autoridade e sobretudo de responsabilidade, mormente aos gestores públicos, a quem cabe a fatia maior, pela posição que ocupam no rangue da humanidade. O natal sertanejo, é diferente do natal das capitais? Ah! Como é diferente, caro leitor, nesse natal não tem luzes ofuscantes, nem queima de fogos, nem presentes, e muito menos a ceia natalina, nem uma fatiota nova para comemorar a chegada do menino a meia noite. Não, não tem nada disto, porque a mãe de família, de uma família sem pai, não tirou nada do inverno que não houve,porque a seca acabou tudo , apenas as migalhas do governo Federal traduzidas e propaladas como redentoras do sertanejo, as famigeradas bolsas de tudo, que na realidade pouco faz, mas fez Lula fazer Dilma, a toda poderosa que esbanja autoridade mundo afora, as custas das “bolsinhas carinhosas”, traduzidas em votos para lhe dar poder e status presidencial. É este o protótipo do natal diferente, que nem água tem para um banho, quanto mais uma ceia de natal. As trovoadas não vieram para enverdecer as árvores, que estão hirtas, onde somente no canto triste de cauã, nas noites de lua, se ouve no topo da serra, e o canto seco e estridente do Tetéu na beira da cacimba seca, saltitando na lama que virou pedra e o mandacaru secou, como tão bem cantou o Gonzagão.
E as flores do natal? Ah! Essas não tem, as árvores estão nuas, porque lhes faltam a folhagem, sua vestimenta, os filhos dos sertanejos, vão passar o natal, de roupa velha, nem flores para adornarem a chegada de Jesus, é um natal diferente sem as cores vivas que alegram a vida.
Por que será que o natal sertanejo é diferente? Culpa de Deus ou dos homens? A seca é um fenômeno cíclico inevitável na historia da humanidade, elas veem e se vão, porém não se acabam, daí a responsabilidade maior está nos governantes, que sempre são alertados,como o rei Faraó foi por José, e se preveniu, com os recursos daquele tempo, e hoje os gestores dispões de muitos meios para tentar minimizar a situação dos sertanejos, que vivenciam este seca bravia, e sem prazo para terminar, porque enquanto não se criar mecanismos de convivência com a seca , a situação é sempre cada vez mais crítica a difícil, é por esta e outras razões similares, que o natal sertanejo é diferente.


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