Os bons livros não morrem, perenizam-se no tempo, e perpetuam-se na história, mormente, quando escritos por inteligências fecundas, a exemplo do imortal homem das letras, Leonardo Mota (1891-1948), que dentre outros livros de sua notável memória, registro, Violeiros do norte, publicado em primeira edição em 1925, exatamente há 92 anos, com várias edições esgotadas, época ainda, em que os geógrafos não haviam criado a região Nordeste, estando acoplada a Norte, mas as edições sucessivas conservaram o nome primitivo da obra, Violeiros do norte. O título deste artigo prezado leitor, Embaixador dos sertões foi criado pelo grande folclorista Luís de Câmara Cascudo (1898-1986).
O livro comentado do grande pesquisador Leonardo Mota, cuja obra já assoma a casa dos 100 anos de existência, está centrado na poesia sertaneja, seus costumes, díteros e crendices populares, notadamente nos sertões do Ceará, onde o autor vivenciou toda a epopeia do bom povo sertanejo com sua perspicácia e simplicidade. Leonardo Mota mesmo com seu nível superior, sabia melhor que ninguém, aproximar-se do homem sertanejo e lhe ganhar a confiança, permitindo-lhe que ele se lhe abrisse a alma revelando até segredos de famílias, sendo bem merecido o título de Embaixador dos sertões, pois eram naquelas paisagens inóspitas e adustas que o pesquisador se sentia à vontade para enriquecer suas fecundas pesquisas, e quando transformadas em livros e conferências, arrebanhava grande quantidade de pessoas aos auditórios, Brasil afora, assustando a todos com sua inteligência prodigiosa nas coisas do sertão.
O que o poeta Leonardo Mota escreveu no passado, entremeia-se hoje de uma cultura de grande valor servindo de apanágio para os lentes da cultura dos tempos atuais, dentre de uma perspectiva que o tempo não envelheceu suas pesquisas, pelo contrario, perpetuou-as na história. Os escritos deste ilustre homem das letras, transformadas em livros, foram verdadeiros best-sellers, tanto é assim que, Violeiros do norte, No tempo de Lampião, Cantadores, Sertão alegre, alguns já beirando a um centenário de existência, com edições esgotadas, dado o valor cultural que focam, mormente a área sertaneja, porque suas pesquisas tornaram-se imortais como nos cantares do poeta Castro Alves, “um livro é o mudo que fala”. Grandes expoentes da literatura brasileira escreveram sobre esse vate que orgulha nossas letras, dele disse Humberto de Campos: “o trabalho de Leonardo Mota, cujo valor só pode ser avaliado pode aqueles que conhecem, pelo convívio demorado, o legítimo sertanejo”, o imortal alagoano Povina Cavalcante, o chamou de rútilo prosador e patriota autentico. O nome do escritor folclorista Leonardo Mota, a exemplo de tantos outros que enalteceram nossa cultura, numa época não muito distante, carece ser lembrado, porque foram importantes em seu tempo, e deixaram escritos imemoriais, que os anos e a poeira do tempo não conseguiram apagar.
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