Antonio Machado
Conheci José Floriano Abreu já um homem feito, casado com D. Nair Barbosa, pessoa boa e mãe extremosa, enquanto ele trabalhava na firma do empresário Luis Arquiminio, na cidade de Olho d Água das Flores em 1970, quando vim para a cidade estudar, aproximei-me de Floriano como eu o chamava e nos tornamos bons amigos, era pois, Floriano, pessoa de minha estima e consideração, possuía um coração generoso e magnânimo com todos, especialmente para os mais necessitados, sendo um homem de Deus e para Deus. Presenciei várias vezes, o vigário da cidade, o venerando Monsenhor Moisés Vieira dos Anjos, que era amigo e vizinho seu, o convidar para pregar nas festas do glorioso Santo Antônio de Pádua, em vista de seus conhecimentos sobre a vida do grande santo, e em sendo também José Floriano conhecedor da Sagrada Escritura, o tornava mais fácil na sua pregação. E do púlpito da Matriz, vi muitas vezes, Floriano discorrer sobre os milagres do virtuoso padroeiro, deixando o povo admirado com os conhecimentos de um homem autodidata, mas era grande devoto de seu protetor, Sto. Antônio,e ao término de suas famosas prédicas, arrancava demorados aplausos dos fiéis, que lotava literalmente a matriz. Ele era porta e escrevia via de regra, um artigo que era publicado no Jornal Gazeta de Alagoas, constituindo-se uma das primeiras pessoas desta cidade a escrever em jornais.
Anos mais tarde , quando me formei fui professor de quase todos seus filhos, muito inteligentes, Helio, Hélder, médico, Lenilde, médica, Lenisse, asistente social, Hélvio, arquiteto (em Memória), Lourdinha, professora, e Lucinha, médica, sendo esta minha colega de colégio. Juntos eu e Floriano fizemos parte do velho coral da matriz de Sto. Antônio por quase vinte anos, hoje esse coral está capengando, possuía, Floriano uma boa voz e solfejava razoável, tanto foi assim que, dado sua devoção a Sto. Antônio, escreveu e musicou um hino em sua homenagem em 1975, e eu tive a honra de ter aprendido esse hino com o próprio autor, sendo hoje cantado pelo povo católico desta terra, e para fazer justiça , resolvi lhe prestar essa singela homenagem, mormente neste em que fazem cerca de 147 anos da chegada da primeira imagem de Santo Antônio a esta terra. Cuja letra do hino em apreço é esta: “Antônio nosso padroeiro / é santo muito querido / Olho d Água canta alegre / o seu santo preferido / é arca do Testamento / o martelo dos hereges, / nosso santo padroeiro / amigo que nos protege / era grande pregador / levando luz onde havia trevas, / dando esperança ao povo luso / levando paz, onde havia guerra / é nosso protetor / sempre está ao nosso lado, / amparando os seus irmãos / é por todos venerado / grande santo português / o seu olhar nos alcança, / daí a nossa cidade / uma feliz esperança “.
Posteriormente, José Floriano Abreu foi embora para Maceió. Tendo nascido no dia 11 de maio de 1921, veio a falecer em Maceió, no dia 20 de fevereiro de 2001, sendo sepultado nesta cidade que tanto amava, sem alarde, simples como foi sua vida, este é um relato vivo de quem viveu essa história. Há pouco tempo, soube que a família de Floriano enfeixou seu escritos e estava tentando resgatar esse pedaço de sua memória, imediatamente, enviei a família a letra do hino de sua autoria, que parte da família, sequer conhecia, haja vista ele não ter assinado, mas dado o valor desta prestimosa obra poética literária merece figurar em sua antologia, na preservação de tão ilustre olhodaguense.
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