AÇUDES PARA O SERTÃO

Antonio Machado

O jornal Gazeta de Alagoas, na edição de 02 de junho de 2017, trouxe uma notícia alvissareira, mormente para o sertão, cuja matéria se intitula Sertão receberá R$ 19,5 milhões, vale registrar que esta região vai ser bem beneficiada com o montante de recursos, caso a notícia se concretize, o sertão dará um grande passo em seu desenvolvimento, sobretudo, neste momento, quando o sertanejo está saindo aos poucos, de uma seca implacável de seis anos seguidos, sendo a primeira desse tamanho em toda a sua história. Esses recursos são oriundos de cooperação conjunta entre Casal e Governo do Estado, cita a nota que os oito municípios que compõem a região sertaneja todos serão beneficiados, não sei o porquê da exclusão dos municípios sertanejos Olho d’Água das Flores, São José da Tapera e outros integrantes da mesma região, haja vista, quando do delineamento de alocamento dos recursos estes municípios ficaram de fora, quando as características climáticas são as mesmas.
Sabe-se, entretanto, e é notório, que todos os problemas do sertão consistem na falta d’água, gerados pelas prolongadas estiagens que são fenômenos cíclicos inevitáveis. O canal do sertão que vem rasgando os carrascais sertanejos vai resolver grande parte desse agudo problema, uma vez concluído, certamente constituir-se-á a redenção dos sertanejos.
Existe uma planta ornamental no sertão denominada de “parece, mas não é” feia e sem graça, assemelham-se ao carro pipa, cisternas populares, tanques que são deveras paliativos parecem, a princípio, resolverem o problema das secas, contudo, parecem, mas não é, como a planta citada. O sertão tem uma história atávica às secas, fazendo parte do polígono da seca. No delineamento da verba destina a região, têm de tudo, cisternas, recuperação de redes hídricas, ampliação das redes, remanejamento de adutoras, com efeito, bomba, melhorias das estações do sistema de água, além de outros provimentos concernentes a água como elemento indispensável aos seres e a melhoria de vida do homem e sua família, como verdadeiros autóctones sertanejos.
Dos três pontos básicos elencados pela equipe que certamente, empregará um montante nessas melhorias, faltou talvez, a principal, que é à construção de açudes de grande porte como reservatórios públicos que certamente servirão de grande valia para a região sertaneja, visto não existir sequer um açude de grande porte na região, é deveras lamentável, se ver nas épocas chuvosas tanta água de boa qualidade descendo de roldão, e se infiltrando no solo já encharcado ou para os riachos temporários e se perdendo tudo. Caso houvesse grandes açudes, todo esse caudal seria aproveitado, açude não é paliativo, parece e é mesmo, porque enfrenta e sustenta as grandes secas, se esses mananciais pluviométricos que caem no sertão a exemplo de 2017 e outros anos, fossem aproveitados os grandes açudes e represas, o sertão teria suas secas mais amenas e menos cruciantes na vida do sertanejo.

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