A história dos homens no seu palmilhar na face da terra, está permeada de fatos e feitos de grande importância, pitorescos e até jocosos como valiosos subsídios para o engrandecimento da própria história. A inteligência humana parece não ter limites, a cada dia novas descobertas e novos fatos vão se condensando no tempo em todos os campos. No quesito letras, muito tem avançado, focamos no presente artigo, a poesia, arte e privilégios de poucos, haja vista o dom da poesia ser inato. O Brasil, notadamente o nordeste, tem sido celeiro de grandes poetas que se eternizaram no tempo, tornando-se imortais, mesmo sabendo que, imortal não é o que escreve, mas o que se escreve. Dentre tantos poetas e clássicos citamos Olavo Bilac, príncipe dos poetas brasileiros, Guilherme de Almeida, Lilinha Fernandes, rainha da trova, Raimundo Correia, o poeta das pombas, Olegário Mariano, o poeta das cigarras, verdadeiros êmulos da poesia. Seria um trabalho incompleto, se não focássemos os imortais da literatura popular, que tanto tem contribuído para o crescimento da cultura ao longo dos anos. Há exemplo de Ugulino Nunes da Costa, Pinto de Monteiro, José Almeida, Lourival Bandeira, Patativa do Assaré e outros que cintilam na estrela radiosa da bandeira da poesia, e aqui, entre os melhores de todos, se não o melhor, mas o maior, Leandro Gomes de Barros, nascido aos 19 de novembro de 1.865, em Pombal na Paraíba e veio há falecer no dia 4 de março de 1.918, exatamente há 100 anos, quando residia no Recife. Foi, pois, Leandro um poeta completo possuía no vértice das veias a essência da poesia, e dela fez sua vida, tendo iniciado a profissão de repentista cantador de viola aos 15 anos de idade, no Teixeira, berço de grandes vates do passado, que encantou o nordeste levando a cultura poética Brasil afora. Leandro não era de cantorias, mas de escrever seus valiosos versos e folhetos de maneira habilidosa e os vendia vivendo de seu trabalho.
Leandro Gomes de Barros possuía um raciocínio muito afinado, a poesia lhe aflorava com facilidade, a ele pode se lhe atribuir estes versos: “poeta é, quem vê poesia nas flores, e olha a vida por um calidoscópio de cores, poeta é quem tem imaginação, e sabe que os olhos da alma, são as janelas do coração. A biografia desse ilustre poeta do passado apresenta algumas disparidades, notadamente na questão de sua produção literária, porém a beleza de sua poesia encobre qualquer falha que, obviamente, venha ocorrer. Era de praxe, Leandro, corresponder-se com seu amigo, também, poeta, Francisco das Chagas Batista, que era irmão de seu genro, Pedro Batista, e o fazia sempre em versos e rimas, os pesquisadores de Leandro, colheram esta décima, onde Leandro responde a Batista sua situação: “no mais, vai tudo de pé/ soletrando pipoca/ e machucando muriçoca/ na beirada da maré/ Venus se queixa que é/ um velho eixo de carro/ Didi não vale um cigarro/ Lili é um gato velho antigo/ sem mais do teu velho amigo/ Leandro Gomes de Barros.
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