ESPECIAL SEMANA SANTA - SEGUNDA FEIRA SANTA

José Ailson Ferreira Leite

Nesta segunda-feira santa continuamos a nossa jornada penitencial na espera da ressurreição de Jesus, a passagem bíblica que marca este dia é o jantar em Betânia, onde Jesus encontrou com Lázaro que tinha ressuscitado a alguns dias atrás, este jantar chamou a atenção pelo gesto de uma mulher chamada Maria, que ungiu Jesus com um óleo nobre e o enxugou com os seus cabelos.

Judas Scariotes era um ladrão, responsável pela bolsa roubava tudo que nela era depositada, e em poucos dias mais tarde o mesmo traiu Jesus, teve ainda a ousadia de repreender o gesto de carinho no qual aquela mulher tivera com Jesus, Judas falou: Porque não se vendeu este perfume por trezentas moedas e se dá aos pobres? Judas não tinha nenhuma preocupação com os pobres, o seu real interesse era que o dinheiro fosse depositado na bolsa para que ele usasse para outras coisas.

O evangelho diz ainda que sabendo da presença de Jesus em Betânia muitos dos Judeus foram ao encontro dele, não que houvesse interesse de ver Jesus, mas de ver primeiramente Lázaro, pois foi através de Lázaro que muitos Judeus passaram a seguir Jesus, o que causou incômodo e e ódio nos sumos sacerdotes, que decidiram que Lázaro assim como Jesus também teria que morrer, afinal de contas Lázaro era uma prova viva dos milagres aos quais Jesus tinha feito, e bem como também matar Jesus.

A reflexão que podemos fazer sobre este evangelho de hoje, é o quão a vida e a passagem de Jesus por entre os homens causou tantos sentimentos contraditórios, por um lado despertou o amor e a bondade existente naqueles que ouviam e praticavam seus ensinamentos, por outro lado despertava ódio e inveja, por pessoas interessadas somente em poder e prestígio, pessoas que não enxergavam que Deus estava mais perto do que eles imaginavam, e se prendiam a própria concepção, a própria conclusão.

Não é diferente nos dias de hoje, muitas pessoas ainda ignoram e assassinam Jesus novamente, quando sentimos perturbado com a felicidade do próximo, quando nos sentimos incomodados pelo crescimento do outro, ou quando nos prendemos a nossa própria verdade, a verdade que achamos que somos donos, e não vemos que no mundo ao redor de nós existe um mundo que precisa de nós, o mundo injusto, desigual, que mostra a fé e a boa vontade dos pobres, e o desprezo e superioridade dos poderosos.

Aquela mulher de nome Maria, numa linguagem literária pode se dizer que deu tudo que tinha, já que naquela época trezentas moedas era muito dinheiro, essa mulher pode representar muito bem o retrato da religiosidade das pessoas pobres de hoje, que tem sempre a boa vontade e o desejo de ajudar, de servir, sem esperar nada em troca, os pobres que as vezes deixa de realizar seus próprios interesses para ajudar o outro, assim enalteceu Jesus neste evangelho se referindo a sua partida "Pobres, sempre os tereis convosco, quanto a mim nem sempre o tereis" aqui Jesus falava de sua presença física e espiritual, a física estava de partida, mas espiritualmente ele continuará sempre presente.

LITURGIA DO DIA:
I Leitura: Is. 42,1-7
Salmo: 26
Evangelho: Jo 12,1-11

COR E OBJETOS LITÚRGICOS:
Cor do dia: Roxo (O roxo simboliza recolhimento, penitência, serenidade, o roxo é usado durante o período da quaresma e também durante o período do tempo do Advento, que vem aos poucos sendo substituído pela cor lilás, significando alegria na espera da vinda do Senhor)

Objetos usados na celebração: Os objetos de hoje são somente a cruz pocessional, e velas ou tochas usadas em lugares onde acontecem procissões com as imagens das procissões de quarta feira até o seu lugar de partida, em alguns lugares onde não há procissões são realizadas confissões individuais ou comunitárias, ou ainda confissões para os enfermos.

Ailson Leitte - Músico, Multi-instrumentista, Intérprete, Regente, Produtor Musical e Colunista.

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