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Maceió: Igreja vira símbolo de resistência e luta por volta à área fantasma

Geral

Por Carlos Madeiro - colunista uol.com

Membros se reúnem no dia 4, um dia após a interdição, em frente ao templo da Igreja Batista do Pinheiro Imagem: Arquivo pessoal (Carlos Madeiro)

"Estamos impedidos de entrar, mas a escritura e as chaves estão conosco. O patrimônio é nosso, não vamos negociar nada com a Braskem. Vamos resistir em nome de todos."

Com essas palavras, o pastor Wellington Santos, da Igreja Batista do Pinheiro, em Maceió (AL), anuncia aos fiéis —durante culto online da última quarta-feira (20)— a luta para que o templo histórico seja reaberto. O local de orações, porém, está em uma área fantasma da cidade apontada como de alto risco pelo afundamento do solo.

O que aconteceu

Após 49 anos, a igreja foi fechada no dia 3 de dezembro, após ordem da Justiça Federal de interdição do local por causa do risco de colapso da mina 18. O templo —último imóvel fechado na área— é um símbolo de resistência e luta pelo bairro, que foi o primeiro afetado pelo afundamento causado pela mineração de sal-gema ao longo de quatro décadas.

Após a interdição, a igreja resolveu recorrer à Justiça, pedir para voltar à área e seguir com atividades na sua sede histórica. Ainda não houve decisão. A Defesa Civil de Maceió informou ao UOL que o templo já estava na área de criticidade 00 —a máxima em risco—, desde dezembro de 2020.

Como a área 00 indica necessidade de realocação, o órgão explica que, desde o início, "ela deveria ser desocupada, contudo, como alguns imóveis resistiam à saída, somente após essa ordem judicial que foi expedida há alguns dias, tiveram que obrigatoriamente sair."

Após o indício de que a mina 18 iria desabar, a Justiça determinou a saída forçada de todos os moradores e a interdição dos prédios da área, o que incluiu a igreja.

Rua abandonada após afundamento no bairro do Pinheiro, em Maceió Imagem: Carlos Madeiro/UOL



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