PAU QUE NASCE TORTO...

Crônicas

Alberto Rostand Lanverly - Presidente da Academia Alagoana de Letras

Desde os bancos de colégio, Jesualdo foi aplaudido por sua inteligência e frases de efeito, muitas delas até certo ponto malucas mas bastante interessantes: "É dando que se engravida"; "Quem ri por último é retardado"; "Alegria de pobre é impossível"; “Em casa de ferreiro só tem ferro”; “Quem espera morre esperando”; “Os últimos serão os desclassificados”. Verdadeiras pérolas da criatividade.

Recentemente questionei de onde vinha o apetite sexual que o levava a se meter em tantas encrencas. Ele de forma pensativa disse: “amigo, guardo em lugar silencioso, segredos que lhe contarei se prometer esquecê-los.”

Assegurando-lhe seria um túmulo, expos tudo haver iniciado quando tinha pouco mais de dez anos de idade, época na qual inexistia TV ou aplicativo TikTok, a atiçar a sue mente sendo ele um santo, inocente e virgem na essência da palavra.

Na escola, o professor de português recomendou a leitura do livro de autoria de José Mauro Vasconcelos, “Meu Pé de Laranja Lima” em cujo enredo existia o personagem chamado Zezé, coincidentemente da sua idade e também morador de uma casa com grande quintal e variadas vegetações dentre elas a árvore título da obra, com quem constantemente conversava tornando-se seu grande amigo.

Seguindo o exemplo de Zezé, percorrendo o pomar de sua casa, logo escolheu uma bananeira para chamar de sua, e de tanto lhe visitar apaixonou-se por ela. Com a testosterona altíssima, teve a ideia de usá-la sexualmente e abrindo orifício em sua superfície, a encheu com creme de barbear e imaginando tratar-se de uma coleguinha do colégio que paquerava, constantemente fornicava até ficar com as pernas moles.

Tempos depois, indo passar férias na fazenda do avô, engraçou-se por uma ovelhinha linda, e com ela também transou por detrás do açude. Posteriormente, pegou a bezerra do vaqueiro, uma vaquinha e até a arredia jumenta. Nessas duas últimas amarrou as patas traseiras evitando o coice, as prendeu em um pé de romã neutralizando a fuga, e subindo em dois tijolos para alcançar o alvo, afastava a cauda do bicho e mandava ver. achando gostoso demais. Até com uma galinha namorou...

Aos treze anos, começou a ler revistinhas pornô conhecidas por catecismo, atividade que o deixava excitado e com mil ideias.

Ao completar quinze, estava sozinho em casa, quando a vizinha alegando faltar água na sua residência, perguntou se podia tomar banho, com o que concordou rapidamente, estando sozinho e enquanto a oferecida vinha chegando para se lavar, rapidamente colocou um espelhinho no cobogó, por onde do lado externo do banheiro, acompanhou todos os momentos da garota desde o ensaboar até o enxugar das partes intimas, o que lhe deixou até com os cabelos em pé.

A gostosa tinha a certeza de estar sendo espiada, é tanto que na saída do chuveiro, com um sorriso maldoso, ao agradecendo falou ter se divertido muito ao lhe provocar e que esperava mais iniciativa dele. Vermelho de vergonha, depois do que passou, jurou jamais deixaria de satisfazer os animais racionais do sexo feminino, por esse motivo não cansa de afirmar que “pau que nasce torto, não se sustenta”.

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