A FEIRA!!!"

Manoel Augusto

A FEIRA !!!


Falar de feira é como mexer num baú de retalhos, de todos os retalhos, para onde convergem os interesses econômicos/financeiros e as emoções populares, ao final de uma semana de trabalho ou, para muitas localidades, o começo.

Na verdade, a feira, e estou falando de interior, representa o início e o final de ciclos semanais que balizam o comportamento humano, nomeadamente dos que vivem na zona rural. Trabalha-se a semana nas lidas do campo, capinando ou “vaquejando”, aguardando o dia da feira chegar para vender os produtos resultantes das produções semanais ou se abastecer para a próxima semana.

É na feira que se marcam e se realizam os encontros de negócios, os encontros sociais e até amorosos. É para o dia de feira também que se marcam os casamentos e é também nos dias de feira que acontecem, como diria, “os principais acontecimentos”, até mesmo as vinganças e acertos de contas.

Alguns historiadores dão conta de que as feiras já existiam no Médio Oriente, por volta de 500 anos a.C., mais exatamente na cidade de Tiro. Argumentam alguns historiadores que antes dessa época os faraós não tinham interesse em mercados porque todos os bens produzidos destinavam-se ao próprio consumo e todos eles decorriam do trabalho escravo.

Considerando que uma feira é um local público em que, em dias e períodos determinados, se expõem e vendem mercadorias, acreditamos que a feira tenha surgido em época bem mais remota, dadas as necessidades de consumo das sociedades mais antigas, pois nenhuma pessoa ou sociedade se basta em si mesmo, ainda que se trate de muito antigamente!

Um fato marcante retratado na própria Bíblia é a expulsão dos “vendilhões - mercadores” do templo por Jesus, porque profanavam aquele local sagrado, a casa de orações. Ali se realizava uma feira, com todas as suas peculiaridades, da comercialização inocente de alimentos e vestimentas às bebedeiras e orgias sexuais, tão comuns em todos os tempos.

Existem variados tipos de feiras, sendo que as finalidades são sempre as mesmas: quem tem um produto pra vender, de qualquer natureza, vai à feira à procura de quem o compre e vice versa. A feira de que vamos tratar aqui é a feira livre realizada em local público e aberto, nas ruas, pra ser preciso. Essa feira que faz a festa das populações principalmente do interior. É o encontro dos vendedores com os pretensos compradores. Uns vendem por que tem em excesso, outros compram por que lhes falta, é o encontro das reais forças de mercado: a oferta e a demanda.

A feira, portanto, é um instrumento essencialmente mercadológico. O advento dos supermercados, das lojas de departamentos e dos shoppings centers, vem promovendo uma verdadeira revolução nos mercados. Muitos estudiosos afirmam que a feira livre tende a se extinguir. Não acredito nessa premissa. As feiras fazem parte da tradição de todos os povos, de uns mais do que de outros, principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, tipo Brasil, China e Índia.
A feira funciona como instrumento gerador de oportunidades de negócios para as populações de baixa renda e desempregados, isto nos médios e grandes centros, portanto nas pequenas comunidades interioranas as feiras continuam vitais para as economias regionais e locais.

Em Santana, o que dizer de uma feira mais que centenária, famosa em todo o Nordeste, fazendo convergir todas as semanas mercadores ambulantes de vários municípios e até de Estados vizinhos. Nela de quase tudo você tem!

Não tão quanto a de Caruaru,
Que de tudo que há no mundo, lá tem pra vender???
Mas de certo que a de Santana,
Abrangente e desorganizada nada fica a dever...

A feira de Santana, pra não confundir, retificamos, a feira de Santana do Ipanema, está presente no consciente e no inconsciente individual e coletivo da gente sertaneja, principalmente dos habitantes da zona rural.

Espera-se com certa ansiedade a chegada do dia da feira para se ir à “rua”, escolhe-se até a melhor roupa, quase sempre a “roupa de missa”...pois lá se darão encontros marcados e coincidentes, lá normalmente acontecerá aquela farra comemorativa de alguma coisa e mesmo de nada, o que já é um motivo mais que suficiente para alguns encherem a cara. Antigamente o dia da feira era o sábado e uma pequena feira complementar às quartas feiras. A feira foi crescendo, espalhando-se por outras ruas e praças se estendendo aos demais dias da semana criando um verdadeiro caos urbano.

Já há alguns anos a feira vem se prolongando da 4ª feira (pequena feira complementar) ao sábado, dificultando o trânsito de veículos automotores, o acesso às lojas e às moradias que se situam nas ruas Josefa Leite e adjacências, dificultando inclusive a limpeza urbana. Assim é a nossa feira: quase permanente, invasora de novas ruas e praças, desorganizada e anti-higiênica.

Para que a feira volte a ser esperada e desejada por todos, habitantes da cidade, da zonas rurais e feirantes, é necessário que o poder municipal se sensibilize e se conscientize dos prejuízos até hoje arcados pela população santanense e ponha em pratica algumas providências saneadoras, quais sejam:

1. Reestruturar o zoneamento da feira por setores, atribuindo um padrão e cor específica para cada setor;
2. Definir os espaços dos feirantes – marcações horizontais para cada barraca ou tolda, inclusive definindo o espaço de cada uma;
3. Deixar uma faixa livre, ao longo das “ruas de feira”, para passagem de pequenos veículos automotores;
4. Restabelecer os dias de sábado e quarta como os reais dias de feira;
5. Só permitir a armação de barracas a partir do ½ dia de sexta-feira e da quarta- feira pela manhã, respectivamente;
6. Padronizar as barracas, com uso de material impermeável de fácil higiene e de fácil montagem e desmontagem;
7. Erradicar os depósitos de bancas ao longo das ruas nos demais dias da semana;
8. Determinar o uso de lixeiros, principalmente pelos vendedores de alimentos, mantendo a cidade limpa, reduzindo também os desperdícios nomeadamente de alimentos naturais perecíveis;
9. Promover campanha de educação ambiental e de cidadania junto aos feirantes e comunidade em geral, para melhor aceitação das providencias anunciadas;
10. Junto ao Detran, estabelecer uma engenharia de tráfego de veículos que evite os congestionamentos na cidade, notadamente nos dias de feira, definindo também estacionamentos para os veículos, com atenção especial para os veículos dos feirantes;
11. Erradicar as barracas – toldas, das ruas e das praças, fora dos dias de feira e
12. Promover junto aos bancos oficiais uma linha de crédito aos feirantes, com aval da Prefeitura para construção de novas toldas /barracas.

Que estes doze itens sirvam tão somente de sugestões, aos Poderes Públicos, lembrando que a Câmara Municipal tem igualmente responsabilidade sobre este assunto, deixando claras as preocupações e sugestões dos cidadãos santanenses que se sentem prejudicados com a atual situação da feira municipal, que já se tornou um estorvo quando na verdade, esta deveria ser um acontecimento semanal esperado e desejado por todos.

Hoje, moradores, transeuntes e comerciantes se sentem prejudicados e pugnam por providências que tragam a todos benefícios e satisfação.

Maas.


A FEIRA !!!


Falar de feira é como mexer num baú de retalhos, de todos os retalhos, para onde convergem os interesses econômicos/financeiros e as emoções populares, ao final de uma semana de trabalho ou, para muitas localidades, o começo.

Na verdade, a feira, e estou falando de interior, representa o início e o final de ciclos semanais que balizam o comportamento humano, nomeadamente dos que vivem na zona rural. Trabalha-se a semana nas lidas do campo, capinando ou “vaquejando”, aguardando o dia da feira chegar para vender os produtos resultantes das produções semanais ou se abastecer para a próxima semana.

É na feira que se marcam e se realizam os encontros de negócios, os encontros sociais e até amorosos. É para o dia de feira também que se marcam os casamentos e é também nos dias de feira que acontecem, como diria, “os principais acontecimentos”, até mesmo as vinganças e acertos de contas.

Alguns historiadores dão conta de que as feiras já existiam no Médio Oriente, por volta de 500 anos a.C., mais exatamente na cidade de Tiro. Argumentam alguns historiadores que antes dessa época os faraós não tinham interesse em mercados porque todos os bens produzidos destinavam-se ao próprio consumo e todos eles decorriam do trabalho escravo.

Considerando que uma feira é um local público em que, em dias e períodos determinados, se expõem e vendem mercadorias, acreditamos que a feira tenha surgido em época bem mais remota, dadas as necessidades de consumo das sociedades mais antigas, pois nenhuma pessoa ou sociedade se basta em si mesmo, ainda que se trate de muito antigamente!

Um fato marcante retratado na própria Bíblia é a expulsão dos “vendilhões - mercadores” do templo por Jesus, porque profanavam aquele local sagrado, a casa de orações. Ali se realizava uma feira, com todas as suas peculiaridades, da comercialização inocente de alimentos e vestimentas às bebedeiras e orgias sexuais, tão comuns em todos os tempos.

Existem variados tipos de feiras, sendo que as finalidades são sempre as mesmas: quem tem um produto pra vender, de qualquer natureza, vai à feira à procura de quem o compre e vice versa. A feira de que vamos tratar aqui é a feira livre realizada em local público e aberto, nas ruas, pra ser preciso. Essa feira que faz a festa das populações principalmente do interior. É o encontro dos vendedores com os pretensos compradores. Uns vendem por que tem em excesso, outros compram por que lhes falta, é o encontro das reais forças de mercado: a oferta e a demanda.

A feira, portanto, é um instrumento essencialmente mercadológico. O advento dos supermercados, das lojas de departamentos e dos shoppings centers, vem promovendo uma verdadeira revolução nos mercados. Muitos estudiosos afirmam que a feira livre tende a se extinguir. Não acredito nessa premissa. As feiras fazem parte da tradição de todos os povos, de uns mais do que de outros, principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, tipo Brasil, China e Índia.
A feira funciona como instrumento gerador de oportunidades de negócios para as populações de baixa renda e desempregados, isto nos médios e grandes centros, portanto nas pequenas comunidades interioranas as feiras continuam vitais para as economias regionais e locais.

Em Santana, o que dizer de uma feira mais que centenária, famosa em todo o Nordeste, fazendo convergir todas as semanas mercadores ambulantes de vários municípios e até de Estados vizinhos. Nela de quase tudo você tem!

Não tão quanto a de Caruaru,
Que de tudo que há no mundo, lá tem pra vender???
Mas de certo que a de Santana,
Abrangente e desorganizada nada fica a dever...

A feira de Santana, pra não confundir, retificamos, a feira de Santana do Ipanema, está presente no consciente e no inconsciente individual e coletivo da gente sertaneja, principalmente dos habitantes da zona rural.

Espera-se com certa ansiedade a chegada do dia da feira para se ir à “rua”, escolhe-se até a melhor roupa, quase sempre a “roupa de missa”...pois lá se darão encontros marcados e coincidentes, lá normalmente acontecerá aquela farra comemorativa de alguma coisa e mesmo de nada, o que já é um motivo mais que suficiente para alguns encherem a cara. Antigamente o dia da feira era o sábado e uma pequena feira complementar às quartas feiras. A feira foi crescendo, espalhando-se por outras ruas e praças se estendendo aos demais dias da semana criando um verdadeiro caos urbano.

Já há alguns anos a feira vem se prolongando da 4ª feira (pequena feira complementar) ao sábado, dificultando o trânsito de veículos automotores, o acesso às lojas e às moradias que se situam nas ruas Josefa Leite e adjacências, dificultando inclusive a limpeza urbana. Assim é a nossa feira: quase permanente, invasora de novas ruas e praças, desorganizada e anti-higiênica.

Para que a feira volte a ser esperada e desejada por todos, habitantes da cidade, da zonas rurais e feirantes, é necessário que o poder municipal se sensibilize e se conscientize dos prejuízos até hoje arcados pela população santanense e ponha em pratica algumas providências saneadoras, quais sejam:

1. Reestruturar o zoneamento da feira por setores, atribuindo um padrão e cor específica para cada setor;
2. Definir os espaços dos feirantes – marcações horizontais para cada barraca ou tolda, inclusive definindo o espaço de cada uma;
3. Deixar uma faixa livre, ao longo das “ruas de feira”, para passagem de pequenos veículos automotores;
4. Restabelecer os dias de sábado e quarta como os reais dias de feira;
5. Só permitir a armação de barracas a partir do ½ dia de sexta-feira e da quarta- feira pela manhã, respectivamente;
6. Padronizar as barracas, com uso de material impermeável de fácil higiene e de fácil montagem e desmontagem;
7. Erradicar os depósitos de bancas ao longo das ruas nos demais dias da semana;
8. Determinar o uso de lixeiros, principalmente pelos vendedores de alimentos, mantendo a cidade limpa, reduzindo também os desperdícios nomeadamente de alimentos naturais perecíveis;
9. Promover campanha de educação ambiental e de cidadania junto aos feirantes e comunidade em geral, para melhor aceitação das providencias anunciadas;
10. Junto ao Detran, estabelecer uma engenharia de tráfego de veículos que evite os congestionamentos na cidade, notadamente nos dias de feira, definindo também estacionamentos para os veículos, com atenção especial para os veículos dos feirantes;
11. Erradicar as barracas – toldas, das ruas e das praças, fora dos dias de f eira e
12. Promover junto aos bancos oficiais uma linha de crédito aos feirantes, com aval da Prefeitura para construção de novas toldas /barracas.

Que estes doze itens sirvam tão somente de sugestões, aos Poderes Públicos, lembrando que a Câmara Municipal tem igualmente responsabilidade sobre este assunto, deixando claras as preocupações e sugestões dos cidadãos santanenses que se sentem prejudicados com a atual situação da feira municipal, que já se tornou um estorvo quando na verdade, esta deveria ser um acontecimento semanal esperado e desejado por todos.

Hoje, moradores, transeuntes e comerciantes se sentem prejudicados e pugnam por providências que tragam a todos benefícios e satisfação.

Maas.


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