Quase sempre que abrimos algum jornal ou internet vemos notícias dos altos índices de analfabetismo no estado de Alagoas. Sempre em primeiro lugar, o estado aparece no cenário nacional como sendo o “pior” em tudo.
Não sabemos a quem interessa que essa noticia sempre circule dessa forma, ninguém diz quem faz a pesquisa para difundir esses dados, apenas índices que também são oriundos do sistema de avaliação do governo que não mede a potencialidade dos alunos, pois como provas homogêneas podem medir alunos heterogêneos?
No entanto, onde estão as experiências positivas do estado de Alagoas? Por que não mostram a educação de sucesso e onde ela acontece para servir de referência para as outras escolas? A mídia não se interessa em publicar nacionalmente índices positivos e de mudanças na educação alagoana.
Quantas escolas não se esforçam para ofertar uma educação de qualidade. Quantos professores passam noites pesquisando para planejar aulas mais significativas. Quantos coordenadores pedagógicos se esforçam na construção de planejamentos que buscam a melhoria do trabalho pedagógico. Tantos diretores e pessoal de apoio que trabalham com afinco e com compromisso pela escola. E onde estão estas experiências? Por que não são divulgadas? Por que ficam escondidas?
Conheço muitos estudantes da UNEAL que estão fazendo mestrado. Alunos do sertão que se dispõem a pesquisar para melhoria da qualidade de vida das pessoas e quem divulgou isso? Conheço escolas que foram a Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, apresentar projetos desenvolvidos com os alunos de escolas públicas.
Acompanhei o projeto da Paz desenvolvido pelas escolas municipais de Santana do Ipanema, no povoado Areia Branca e a feira popular da escola estadual de Areia Branca, momento de integração escola e comunidade e ninguém divulga.
Na verdade é necessário se questionar sobre os altos índices de analfabetismo do estado e a má qualidade da educação que sempre leva o estado aos piores índices. A quem interessa essas notícias? Será que nós que fazemos parte da educação precisamos ouvir exaustivamente que somos “ruins” na intenção de mudarmos ou de acreditarmos nessa (in) verdade e continuar cultivando uma cultura de fracasso?
Precisamos estar atentos para essa realidade. Os investimentos parecem estar indo para o lado errado. Talvez estejam fazendo de nós apenas massa de manobra, manipulando-nos através de índices, reportagens e discursos duvidosos. Convido a todos os leitores para não acreditarmos em tudo que nos apresentam como verdade. A verdade é relativa. E não basta apenas uma pessoa falar para a gente acreditar e defender como nossa própria bandeira.
Quem sabe assim, poderemos enxergar o que faz sucesso na escola e na sociedade e não apenas se deter ao que nos fazem acreditar. Verdade ou jogo de interesse?
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