O CENTENÁRIO DE RACHEL DE QUEIRÓZ (1910-2010)

Antonio Machado

Antonio Machado
O ano de 1910, está prestes a fechar seu ciclo, mas não podemos esquecer o centenário de nascimento da maior escritora do Nordeste, Rachel de Queiróz, nascida aos 17 de novembro de 1910, no estado do Ceará, filha de Daniel de Queiróz e Clotilde de Franklin de Queiróz, descendente da estirpe dos Alencar e dos Queiróz, famílias ilustradas da terra do autor de Iracema, José de Alencar. Só em ser desse naipe já revela sua ascendência para as letras. E então Rachel de Queiróz começa incursionar pela literatura bem jovem dada sua verve literária.
Escrever estava em suas veias como a poesia estava para um Castro Alves ou um Cassimiro de Abreu. Formou-se professora, porém jamais licenciou, era mesmo escritora, quando em Alagoas estava em efervescência literária nos anos trinta, Rachel de Queiróz estava em Maceió, ao lado de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, e outros que formavam a nata da literatura alagoana, dizem até que Rachel de Queiróz casou com um alagoano, autora de belas páginas literárias que encantavam aos leitores, mas sua estréia na literatura foi com o seu livro o Quinze, onde a autora relata de forma viva, a seca de 1915, que assolou o Ceará e, consequentimente, o Nordeste, trata-se de uma obra escrita há oitenta anos, (1930-2010), e parece que a obra não envelheceu dada a prestimosidade com que os fatos são narrados, tamanha era a agudeza de percepção de Rachel de Queiróz. Mas os anos a fixaram no Rio de janeiro, onde passou a escrever na revista o Cruzeiro de renome nacional, pode-se dizer que Cruzeiro de antenho, é a revista Veja de hoje, visto sua popularidade.
Outras obras foram surgindo mesmo espaçosamente, mas cada livro lançado por Rachel de Queiróz, era bem visto tanto pela crítica, quanto pelo público, João Miguel, lançado em 1932, Caminho de Pedras em 1937, As três Marias em 1939, Dora, Doralina em 1975, 100 crônicas escolhidas, em 1958, O Caçador de Tatu em 1978, além de outras tantas obras que lhe valeram prêmios, comendas e troféus, deixando Rachel de Queiróz um lastro das mais belas obras literárias brasileiros. Em reconhecimento ao seu talento para as letras, a Academia Brasileira de Letras, quebrou um tabu dos maiores, abrindo concessões para ingresso de mulheres escritoras em seu quadro, quando só era exercido por homens e foi Rachel de Queiróz a primeira mulher a entrar no pórtico da ABL, em sessão solene no dia 04 de agosto de 1977, numa festa apoteótica, sendo saudada pelo acadêmico Arnaldo Niskier, outro grande literário. A vida lhe fora longeva, mas os anos lhe cansara o corpo, e esse já vergando para a terra, como a lhe indicar seu fim último, já lhe dava sinais de sua partida, finalmente no dia 04 de novembro de 2003, dormindo em sua rede, Rachel de Queiróz morria, mas a escritora imortal Rachel de Queiróz, continua vivo em sues escritos, como grande cultuadora da letras de seu tempo.

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