AINDA SOBRE A V BIENAL DO LIVRO

Antonio Machado

Antonio Machado

Como visitante participei por dois dias da V Bienal do livro em Maceió, embora a Academia de Letras a que pertenço, tenha participado com algumas obras de seus autores, eu nada lancei. Assisti palestras memoráveis como a do imortal Ledo Ivo, um orgulho para Alagoas, tê-lo na Academia Brasileira de Letra, ABL; discorrendo com muita propriedade sobre a poesia, haja vista sua versatilidade nesse campo literário, e que agora acaba de conquistar prêmios na Espanha. O período da Bienal foi deveras um mergulho na cultura de Alagoas e do país, pois várias representações de editoras como a do Brasil, a Bagaço, as Paulinas além de outros selos valorosos se fizeram presentes com seus stands abarrotados de verdadeiras obras, que impressionava aos leitores, o setor jurídico, destacou-se a parte por suas obras valiosas no campo do direito. As conferencias e palestras lotaram os auditórios e salas, as histórias lúdicas, conquistaram a petizada, que enchia de gargalhada com os contadores de “causos”, como a voltarem no tempo, em que as crianças e adultos se deleitavam com as famosas “histórias de trancosos” contadas por nossos avós, quando não havia ainda os programas famigerados da televisão, que parecem dissociar a família.
Eventos como a V Bienal do livro recentemente realizado em Maceió entre 21 a 30 de outubro pretérito, não pode morrer, mesmo num país em que se ler pouco, num estado campeão de analfabetismo, mas os livros estimulam as boas leituras, faz o homem refletir sobre os valores da vida no campo da cultura, como dizia Olavo Bilac, “quem vê pelos olhos da alma, vê mais longe e vê melhor”. E os livros possuem essa habilidade imorredoura de levar ao leitor para um caminho de conhecimento de informação e de formação, mormente, quando se faz uma boa leitura. Os negócios realizados na V bienal do livro em termo econômico, somaram-se a um montante valioso, propiciando aos investidores novas esperanças de continuarem participando ativamente noutras que virão.
As academias de Letras do Estado estavam presentes como Academia de Letras de Alagoas, Academia Arapiraquense de Letras e Artes de Arapiraca, ACALA. Academia de Letras de Palmeira dos Índios, APALCA; não vi a Academia de Letras de Penedo, todas foram convidadas e participaram estando presentes com seus escritores, poetas e suas obras. Um livro é um mudo que fala como disse Castro Alves, orienta-nos e ainda nos admoesta, sabiamente, Guimarães Rosa escreveu: “um livro, às vezes, quase sempre, é maior que a gente”. Os livros são mananciais de conhecimentos que enlevam a vida humana, portanto, Pitágoras, deixou escrito: “aquele que sabe o que pode saber, é um iluminado entre os homens”.
A participação do público foi muito grande desde os estudantes do curso fundamental aos universitários, constatei isto com muita propriedade, vendo o interesse em cada um denotado no olhar ávido de querer sempre mais, não foi sem razão que Monteiro Lobato disse que um país se faz com homens e livros.

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