Literatura: Big Bang ─ átomo primordial ou um ponto de luz no horizonte cósmico?

Literatura

por Fernando Soares Campos (*)

ualquer ponto na infinitude do espaço cósmico é o Centro do Universo, por estar, em todas as direções, equidistante das “extremidades do infinito”. Também podemos afirmar que tal ponto representa, concomitantemente, o começo e o fim da imensidão do espaço cósmico.

Se o Universo é concebivelmente infinito, qualquer porção deste Universo é infinita.

Imaginemos uma bola de gude, do tipo que tantos de nós usamos nos jogos lúdicos da infância, solta no espaço, inflando, crescendo, expandindo-se contínua e eternamente. Considerando a infinitude do Universo Espacial, ela jamais encontraria obstáculo que impedisse o seu processo de dilatação, e tudo que existisse no seu interior acompanharia seu crescimento. Os espaços entre as partículas elementares que formam a sua massa cresceriam na razão direta do crescimento do seu volume total. Além disso, as próprias partículas se reproduziriam, combinando-se, multiplicando-se, pela formação de átomos, moléculas, células e tecidos necessários à composição de matérias orgânicas e inorgânicas.

Se ocorresse o contrário, a bola de gude comprimindo-se contínua e eternamente, ela jamais se tornaria Nada, seria sempre, por toda a eternidade, um corpo compacto, que, visto do nosso ponto de observação imaginária, manteria toda a sua massa original, e os espaços entre suas partículas elementares diminuiriam na razão direta da diminuição do seu volume total.

Também podemos concluir que tal corpo em expansão na infinitude universal não ocupa o espaço que outro corpo ocuparia nem deslocaria qualquer corpo para ocupar seu lugar. Também esse corpo submetido à eterna compressão não cederia espaço para que outro corpo o ocupe; pois, se o espaço é infinito, não há criação nem extinção de espaço.

(*)Fernando Soares Campos é escritor, autor de "Fronteiras da Realidade - contos para meditar e rir... ou chorar" - Chiado Editora - Portugal - 2018.

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