Vez por outra, lembro-me do cordial ambiente de trabalho que existia na agência do Banco do Brasil de Santana do Ipanema, nos anos de 1960 e 1970, por aí. Às vezes, nítidas imagens do trabalho, de colegas a postos com sua barulhenta máquina de escrever e da ansiosa clientela no outro lado do balcão ocorrem-me em sonhos. Sonhos bons, naturalmente, que me trazem boas lembranças do ontem, indicativas, como tais, de um despertar saudável para um novo dia esplendoroso.
Por essa época, criativos colegas tinham a mania de por engraçados apelidos nos funcionários que iam tomando posse na agência. Isso, claro, após dias do tradicional trote neles aplicados. Apelidos que eram simplesmente brincadeira, sem nenhuma maldade. Nada que pudesse ensejar desconforto ao novato colega.
O apelido de Doutor Negro-Preto, por exemplo, não incomodava o Esdras, colega educado e gentil. A ele pertencia, de fato, o “Doutor”, uma vez graduado em Odontologia. Já o “Negro-Preto” não pegava bem, porque nada tinha a ver com a cor de sua pele, levemente morena (tostada, certamente, do sol das praias alagoanas) e com seus cabelos pretos e lisos. Diríamos um gentleman afeito a brincadeiras.
Ontem, não. Hoje, sim. O apelido poderia até contrariar o espírito da Lei 12.288/10, que criou o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a promover a integração social da população negra no Brasil e combater as formas de intolerância étnica, a discriminação racial. Claro, nos idos de 1960 e 1970 essa lei não existia.
Clique Aqui e veja a crônica completa
Colunistas: SALVE, SALVE, SILVANO! - por Djalma Carvalho
LiteraturaPor Redação com Djalma de Melo Carvalho 08/01/2020 - 12h 50min Arquivo Pessoal

Comentários