No interior, no sítio, onde a noite caminha preguiçosa, os galos costumam amiudar pela madrugada, comunicando-se, pelo canto, com outros galos dos sítios vizinhos. Pela lei natural do universo, lentamente começa aí o amanhecer. Raios do Sol começam a derramar-se, ainda que de forma difusa, nas serras, montes, montanhas e, bem longe dali, no trêmulo multicor do mar em rebuliço. Lindo crepúsculo matinal.
Antes do dia luminoso, será manhã muito cedo.
Na cidade, despertando a clientela muito cedo, começava o trabalho diário do pãozeiro, entregando ou vendendo pão em domicílio. Balaio na cabeça, buzina na mão e, no ar da manhã tropical, sentia-se o cheiro gostoso de pão novinho, há pouco retirado do forno da padaria. Trabalhador caprichoso, atencioso, paciente.
Relendo o livro O Cavaleiro do Escorpião, do médico português, Dr. Luís Lourenço, vejo na página 201 o que disse o escritor sobre a paisagem matutina de sua aldeia: “Na aldeia tradicional, hoje como ontem, é o padeiro que inaugura a manhã. O paciente madrugador removeu o pano branco, único elemento a aproximar duas épocas bem distintas, e pôs a nu uma infinidade de merendeiras e cacetes dos mais variados tipos e formatos.”
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Colunistas: O PÃO DE CADA DIA - por Djalma Carvalho
LiteraturaPor Redação com Djalma de Melo Carvalho 15/04/2019 - 23h 22min Arquivo Pessoal
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