Técnica que mescla cirurgia e quimioterapia envolveu dezenas de profissionais de diferentes áreas
Alguns tumores possuem a capacidade de se espalhar para dentro da cavidade abdominal podendo atingir principalmente uma membrana conhecida como peritônio, que recobre todos os órgãos do abdômen, o que os médicos chamam de carcinomatose peritoneal.A partir da década de 90, esse tipo de neoplasia e outros tumores considerados incuráveis passaram a ser submetidos à cirurgia chamada Citorredução com Quimioterapia Hipertérmica Intraabdominal (HIPEC).
De acordo com o cirurgião oncológico Aldo Barros, que trouxe esta técnica para Alagoas, ?a cirurgia consiste na remoção de toda doença visível na cavidade abdominal através da retirada do peritônio e órgãos adjacentes acometidos, como o baço e a vesícula biliar, intestino, etc., seguida da perfusão da cavidade abdominal com um líquido contendo quimioterápico durante um período de 30 a 90 min a uma temperatura de 41 a 43°C?.
A preparação para a cirurgia é considerada complexa, envolvendo o maquinário de perfusão, infraestrutura hospitalar, quimioterápicos e uma equipe de especialistas integrada antes, durante e no pós-operatório.
Os preparativos para esta cirurgia, que beneficiou uma mulher de 50 anos e levou 12 horas para ser concluída, levou cerca de um ano e envolveu a capacitação de profissionais das áreas cirúrgica, anestésica e de medicina intensiva. O procedimento contou ainda com o envolvimento de oncologistas clínicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, equipe de enfermagem entre outros.
Mas, a Citorredução com HIPEC não é indicada para todos os casos, tendo como pré-requisito: ser portador de tumor com possibilidade de ressecção completa, ter idade menor que 70 anos, ter um bom estado clínico; e não haver metástase para outros órgãos extra-abdominais. ?O tratamento não é indicado caso a doença tenha alcançado outros órgãos ou não possa ser ressecada completamente?, concluiu.
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