Toxina butolínica é usada no tratamento de doenças neurológicas e da medula e até em casos de enxaqueca

Saúde

por Theodomiro Jr. - ASCOM - Santa Casa Maceió

Médico fisiatra Delane Ramires

As manchetes dos jornais normalmente associam a toxina botulínica unicamente aos tratamentos estéticos, como o preenchimento de rugas faciais. ?Mas, o que pouca gente sabe, é que pesquisas sobre o uso da mesma substância têm avançado bastante no tratamento de outras doenças, principalmente na neurologia e na medicina de reabilitação, melhorando a qualidade de vida de muitos pacientes?, afirma o médico fisiatra da Santa Casa de Maceió, Delane Henrique Ramires.

Segundo o especialista, que realiza aplicações da toxina botulínica no Consultório Eletivo da Santa Casa de Maceió, o botox tem sido amplamente utilizado na neurorreabilitação de pacientes em que o dano cerebral ou medular levou à perda do controle sobre a contração muscular.

\"Tal perda gera uma contração excessiva de alguns músculos, dores, limitação da capacidade funcional e deformidades, que podem levar o paciente à cirurgia corretiva no futuro\", explicou Delane Ramires.

A toxina botulínica também é usada com sucesso para tratar crianças com paralisia cerebral, distonias (movimentos abruptos e involuntários), salivação excessiva (sialorréia), hiperidrose (suor excessivo em mãos, axilas e pés), sequelas de AVC (acidente vascular cerebral), TCE (traumatismo cranioencefálico), lesões medulares, esclerose múltipla, espasmos faciais, blefaroespasmos, e mais recentemente usada como tratamento da enxaqueca.

A toxina age bloqueando a passagem do impulso nervoso do cérebro para o músculo, promovendo um relaxamento do músculo aplicado. Com o relaxamento é possível que o paciente realize os movimentos com mais facilidade, mais amplitude, menos dor e menos gasto energético. Ocorre ainda melhora do equilíbrio, da postura e da estética, facilitando a ressocialização dos pacientes e as sessões na fisioterapia.

\"A aplicação da toxina botulínica é realizada em consultório em um ou mais músculos. Entre uma sessão e outra, deve haver um intervalo de três a quatro meses\", explicou Delane Ramires.

Segundo atesta o médico fisiatra, os resultados podem ser percebidos pelo paciente já na primeira semana, entre o terceiro e quarto dia após a primeira aplicação.

O tratamento consta na lista de procedimentos da Agência Nacional de Saúde, por isso, os planos ou operadoras de saúde, em cumprimento a uma portaria do Ministério da Saúde, oferecem cobertura. A mã notícia é que o o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não cobre o medicamento.

Para ter acesso ao medicamento, via plano de saúde, o paciente, seja criança ou adulto, precisa ser avaliado por um médico que tenha conhecimento sobre a medicação, a técnica de aplicação e as doenças que podem ser beneficiadas com o tratamento. \"Cabe ao médico elaborar um relatório clínico indicando a importância desta terapêutica e solicitar à operadora de saúde a liberação da medicação\", finalizou Delane Ramires.

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