Será que no Brasil, o país do futebol, não podemos criar um regulamento mais justo? Os clubes de futebol brasileiros, todos eles, passam pelo mesmo dilema ao menos uma vez por ano: no final, todo o trabalho de meses, fica dependendo de uma única partida para ter acesso à disputa decisiva.
Vocês acham justo um time que obteve mais pontos corridos do que o campeão, em função de um maior número de vitórias, ficar em segundo ou terceiro colocado? Com esse regulamento nem sempre o melhor é o vitorioso.
Para exemplificar, analisemos a atuação do Azulão em 2012/2013. O CSA passou pelo ?vexame? de se contentar com a terceira colocação do Campeonato Alagoano, em função desse regulamento, mesmo obtendo com méritos mais pontos corridos que o campeão estadual. Com adendo e tudo!
Não muito diferente foi no Brasileiro da Série D. Com um aproveitamento fantástico em função de um número de vitórias espetacular, com um time bastante elogiado pela torcida e pela crônica esportiva, vimos, depois de meses de trabalho, por uma única derrota ? fora de casa e pelo placar apertado de 2x1 para o Campinense ?, o sonho de toda uma nação de retorno à Série C, se desfazer em apenas 90 minutos, no momento que precisávamos de apenas um gol para o desempate no jogo de volta.
Após a nossa injusta desclassificação da Série D, mesmo com o time parado e sem renda, na adversidade financeira, resolvemos manter aquela base do elenco, já entrosada, seguindo os exemplos do sucesso do Fluminense e do Sampaio Correia. Fizemos ?das tripas coração?, mesmo sob uma chuva de críticas de ?entendedores? de futebol, os mesmos que ?muito falam e nada fazem?. Fizemos a pré-temporada, reformamos os campos de treinos, contratamos reforços, qualificamos o time. Mudamos de técnico. Agregamos um Gerente-Executivo e mais funcionários qualificados. Pagamos meses de folhas de pagamento, custeamos alimentação farta, remédios, exames médicos, transporte, passagens, moradias, custeio de toda uma estrutura. Custeamos concentrações, etc.
Investimos uma verdadeira fortuna em busca dos resultados. Desta vez deu certo! Mas poderíamos ter perdido tudo isso em apenas uma partida! Qual a justificativa para passarmos, dirigentes e torcedores, por todo esse tormento? Será que vamos nos contentar com isso?
E o pior, quando não dá certo, os dirigentes (principalmente o presidente) pagam um preço altíssimo, ?pela incompetência e amadorismo?, pois a derrota proporciona uma ingratidão generalizada. Ainda são condenados publicamente, principalmente pelos aproveitadores de plantão, as aves de agouro e corneteiros ? aqueles que não contribuem com nada, e só falam.
Por tudo isso, visando o melhor para o futebol, reafirmo, mesmo na vantagem, que não concordo com o sistema de mata-mata. Precisamos implantar novos parâmetros, encontrar soluções para ?matar? essa aberração no futebol. O mais justo, enquanto isso, é lutarmos pelo sistema de pontos corridos.
*Jorge VI é Secretário-Adjunto do Esporte do Estado de Alagoas e presidente do Centro Sportivo Alagoano, formado em Ciências Contábeis.
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