Santa Casa de Maceió celebra memória de São Vicente de Paulo com missa solene hoje (27)

Religioso organizou e sistematizou a assistência hospitalar assim como as ações de caridade aos mais pobres e vulneráveis

A capela da Santa Casa de Maceió celebra hoje, às 17 horas, a missa festiva celebrada em honra a São Vicente de Paulo, que morreu em Paris em 27 de setembro de 1660 e foi canonizado pelo papa Clemente VII em 1737. O religioso (ver história abaixo) organizou e sistematizou a assistência hospitalar assim como as ações de caridade aos mais pobres e vulneráveis de seu tempo. O corpo de São Vicente permanece incorrupto até hoje. O corpo executivo da instituição, assim como os médicos, líderes, colaboradores e membros da Irmandade da Santa Casa de Maceió participarão da missa celebrada pelo arcebispo de Maceió, d. Antonio Muniz, e co-celebrada pelo padre Cícero Lenisvaldo.

História de São Vicente de Paulo

São Vicente de Paulo fundador dos Lazaristas e das Irmãs de Caridade, é um dos grandes santos franceses. Nasceu em 1580 em Ranquine, na região da Gasconha, França. Após estudar com os franciscanos em Dax, ele foi ordenado em 1600 e foi para a Universidade de Toulouse.

Cinco anos mais tarde, Vicente viajava de barco quando o mesmo foi capturado por piratas e feito escravo. Após dois anos na escravidão, Vicente escapou do cárcere, viajou até Roma e depois se fixou em Paris. Ali ficou sob a direção do cardeal Pierre de Berulle.

Vicente se dedicou completamente à caridade e se distinguiu na paróquia de Clichy onde fundou confrarias de homens e mulheres que ajudavam os pobres e grande número de doentes. Essencial para os seus esforços era a doação feita pelos ricos nobres que tornavam possível a fundação de hospitais e orfanatos em outras cidades.

Em 1625, Vicente fundou a Conferencia das Missões, chamada de Lazaristas ou Vicentinos, uma sociedade de padres com treinamento para pregar junto aos pobres. Em 1633, com Santa Luiza de Marilac (festa em 28 de abril), o religioso fundou a Ordem das Irmãs de Caridade, a primeira congregação de freiras que podia cuidar de pobres e doentes fora do convento.

Durante a vida de São Vicente, os Lazaristas aumentaram muito em número e espalharam-se pelo mundo inteiro. Em 1643, Vicente foi nomeado para o conselho do "Consciente da Rainha Ana da Áustria", regente do Rei Luiz XIV, sendo incumbido de organizar uma trégua durante a guerra de Fronde, que varreu a França de 1648 a 1653.

Após longos anos de serviços aos pobres, Vicente tornou-se a ?consciência? do reino, mas ele tinha a oposição dos ricos, que facilmente se esqueciam dos pobres.

Vicente morreu em Paris em 27 de setembro de 1660 e foi canonizado pelo papa Clemente VII em 1737. Seu corpo permanece incorrupto até hoje, sendo sua festa celebrada no dia 27 de setembro.

Não existe um homem com mais facetas que Vicente de Paulo. Ele é tido por quase todos como o organizador da caridade, que embora exercida por vários, era usualmente mal organizada e falha para gerar um resultado satisfatório. São Vicente revolucionou os hospitais da França.

Embora pouco tempo antes São Camilo de Lellis tenha fundado uma Ordem de enfermeiros masculinos na Itália, este era um trabalho que poderia ser mais bem feito por mulheres. Vicente fundou hospitais com uma base sistematizada, iniciando o tratamento humano dos lunáticos. Ele ainda atuou junto à mendicância e tomou conta da prisão de Salpetriere, onde cuidava dos escravos das galeras e durante a Guerra dos Trinta Anos. Durante os distúrbios de Fronde, Vicente enviou as Irmãs de Caridade para agirem como enfermeiras nas forças armadas, iniciativa que hoje é replicada em todas as forças militares do mundo.

No Brasil existem várias Conferências Vicentinas que tem o nome de Sociedade São Vicente de Paulo e em geral se dedicam a ajudar os pobres, velhos e crianças. Estas Conferências foram fundadas pelo beato Antonio Frederido Ozanam em Paris, em 1833, inspirado em São Vicente de Paulo.

Os Vicentinos têm mais de 122 mil membros só na América e mais de 1,5 milhão ao redor do mundo, em 147 países. No Brasil são mais de 250 mil confrades, segundo na última contagem de 2010.