Portadores de doença celíaca não podem ingerir alimentos a base de cereais; em Alagoas são 4,5 mil celíacos
Você já deve ter lido nas embalagens de vários alimentos o aviso "contém glúten". Isso ocorre por que algumas pessoas são intolerantes a essa substância e não podem consumir alimentos que tenham o composto em sua fabricação.
"Essa sensibilidade é conhecida por doença celíaca e não tem cura", sentencia o gastroenterologista da Santa Casa de Maceió, Carlos Henrique Barros Amaral, lembrando que a ciência ainda não descobriu as razões e nem medicamentos que reduzam os efeitos sobre o organismo.
"Nas pessoas com essa patologia, o glúten é visto pelo organismo como um agente nocivo a ser combatido. Esse embate acaba agredindo e danificando as paredes do intestino delgado", acrescentou Carlos Amaral.
O ultimo estudo da Universidade Federal de São Paulo indica a existência de 1 celíaco para cada 214 habitantes. Utilizando-se o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010 é possível chegar a uma população de 892 mil celíacos no Brasil e cerca de 4.500 em Alagoas.
O glúten é uma rede de proteínas que se encontra na semente de vários cereais, principalmente no trigo. A substância pode ser encontrada também no centeio, cevada, aveia, malte, painço e em seus derivados (farelos, farinhas, germe, etc.). Por conta de tudo isso, pessoas com essa doença não podem consumir produtos como pães, bolos, biscoitos e massas fabricados com as matérias primas convencionais.
Sintomas
Os sintomas da doença celíaca são diarréias, vômitos, anemia, irritabilidade, baixo ganho de peso e estatura, fadiga, constipação intestinal crônica e manchas do esmalte dental. Apesar de serem recomendados os exames com marcadores sorológicos, o diagnóstico final da doença celíaca deve ser obrigatoriamente realizado por meio de biópsia no intestino.
Para quem é intolerante ao glúten, as opções são os produtos à base de arroz, mandioca, milho e batata. Pensando nesse nicho, a indústria vem ampliando o leque de artigos isentos de glúten e investindo em equipamentos específicos para a fabricação desses produtos visando eliminar até mesmo os traços da substância.
A doença celíaca é mais frequente em crianças na faixa do primeiro ao terceiro ano de vida. Por isso os pais precisam estar atentos ao introduzir na alimentação da criança as tradicionais papinhas, sopas de macarrão e bolachas, entre outros industrializados. Em crianças os sintomas mais visíveis são a diarréia crônica, falta de apetite, distensão abdominal (barriga inchada), vômitos, dor abdominal, desnutrição com déficit do crescimento, entre outros.
Em adultos deve-se incluir na lista a osteoporose, anemia ferropriva não curável, emagrecimento, esterilidade, abortos de repetição, glúteos atrofiados, pernas e braços finos, apatia e desnutrição aguda que podem levar o paciente à morte na falta de diagnóstico e tratamento. Se não tratada, a doença celíaca pode levar a complicações mais sérias como o câncer do intestino.
A patologia pode se apresentar na forma assintomática, ou seja, a pessoa pode passar toda a sua vida sem saber que é portadora da doença simplesmente por não sentir os sintoma da doença. Por isso, se houverem portadores da doença na família é recomendado realizar exames (marcadores sorológicos), já que a doença celíaca é transmitida por meio da carga genética.
Celíacos precisam driblar o glúten para ter uma rotina normal
Saúdepor Theodomiro Jr. - ASCOM - Santa Casa 17/09/2012 - 23h 58min Assessoria
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