Enquanto a parte desenvolvida do mundo discute uma nova educação para atender à nova economia e às novas relações de trabalho e sociais que se desenham na atualidade, o Brasil ainda não encontrou a fórmula capaz de desatar o nó da educação, que começou a ser atado desde os primórdios da implementação do ensino público. É consenso que d. João VI, já com a Corte instalada no Rio de Janeiro, tomou uma decisão equivocada, que gera maus frutos até hoje: em vez de criar a rede pública de nível básico, patrocinou a fundação de duas faculdades de Direito, uma em Salvador e outra em São Paulo. Ou seja, primeiro pensou-se em formar doutores e depois, muito depois, em ensinar os brasileiros a ler, a escrever e a somar dois mais dois.
Na tentativa de corrigir as distorções, que com o tempo geraram um filtro elitista para o acesso a graus mais avançados, o governo vem recorrendo a uma série de reformas que nunca atingem o alvo que realmente importa: oferecer ensino com quantidade e qualidade. Vários fatores estão na raiz dos sucessivos fracassos da vocação reformista. No meu ver, o principal deles é que a educação nunca foi, efetivamente, alçada à condição de prioridade das prioridades, desde a época do Brasil colônia até a era republicana. Ou seja, é um problema persistente, velho de quase dois séculos, sem nenhum vislumbre de uma solução que realmente possibilite a todos os brasileiros que desfrutem do direito constitucional à escolaridade básica. Por consequência, configura-se uma situação que impede o acesso de milhões de pessoas a outros direitos constitucionais, como o da informação, o do trabalho, o da escolha consciente de representantes políticos e tantos mais. Até porque o pleno exercício da cidadania e uma mais justa distribuição de renda e oportunidades dependem do domínio da leitura, da escrita e de noções básicas de matemática.
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O nó da educação
Educaçãopor Ruy Martins Altenfelder Silva 16/09/2012 - 23h 58min Divulgação
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