Reajuste salarial de 7% não é aceito pelos militares

Polícia

por Deyse Nascimento - ASCOM- ASSOMAL

Líderes de associações militares, bombeiros, policiais e oficiais militares, além de Izac Jackson, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Josimar Melo, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol) se reuniram na tarde desta terça-feira (17), no Clube dos Subtenentes e Sargentos, localizado no bairro do Trapiche da Barra para decidir se aceitam ou não a proposta sugerida pelo Governo de reajuste salarial com percentual de 7% pago em duas vezes, como também deliberar ações para a próxima assembleia que ocorrerá na próxima quinta-feira (19).

Durante a reunião os militares se dividiram em grupos para sugerir ações em prol de toda categoria, além de analisar a proposta enviada ao Governo, onde foi solicitado o abono de faltas, os 7% de aumento, uma mesa permanente de negociação e uma política salarial para o próximo ano. De acordo com Thaisa Moretti, soldado do CBMAL, 76 bombeiros estão sofrendo processo administrativo disciplinar e suposto crime militar após participação nas assembleias, mas mesmo com tais punições ela afirma que a tendência é de não aceitar o percentual de 7% de aumento. ?A luta atual é pelo piso salarial de 3.100 mil reais. Nos Estados de Pernambuco, Sergipe e Amazonas o aumento foi conquistado e em outros Estados os militares estão parados para ver se conseguem o reajuste e em Alagoas não pode ser diferente?, disse Moretti.

Segundo o sargento PM Teobaldo de Almeida, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (ASSMAL), o movimento teve adesão, em sua maioria, dos bombeiros, pois surtiu grande efeito fazendo o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares parar suas atividades por algumas horas, refletindo nacionalmente. ?Esperamos uma maior adesão dos policiais militares nas próximas assembleias para mostrar ao Governo de Teotonio Vilela Filho que não estamos brincando e, se for necessário ir pro enfrentamento, iremos até o fim?, afirmou. O sargento Teobaldo acrescenta que o Governo já deve 7% de resíduo de soldado a capitão e que deve ser pago, pois é um direito conquistado.

Depois das articulações entre todos os grupos todos se reuniram para mostrar as deliberações que foram encaminhadas. Dentre as propostas apresentadas o reajuste de apenas 7% foi negado pela categoria, as não punições para os militares também foi colocada como proposta unânime. Uma assembleia somente para os militares foi sugerida e o acionamento do setor jurídico em prol dos militares também foi colocado como proposta para que eles estejam amparados quando forem acusados por supostos crimes pelo Governo.

Para Izac Jackson, a assembleia de quinta-feira deve ser trabalhada de forma organizada e ter uma presença maciça de militares. ?Tem hora que dá vontade de ir para a guerra e temos que nos organizar para isso. Se na assembleia tivermos um bom número de servidores públicos da educação, saúde e segurança pública, promoveremos uma ação, do contrário na outra semana faremos uma grande assembleia e definiremos o que fazer?, explicou Jackson. Ele complementou que a negociação não avançou e os 7% foi rejeitado pela categoria. ?Agora é construir a greve até o dia 23?, revelou.

?Tentamos o caminho pacífico o tempo todo, mas nada foi sinalizado pelo Governo para nós. Os 7% de resíduo que é um direito nosso não foi pago e, se for corrigido o quinquênio, o percentual para a tropa será muito melhor?, disse o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), o major PM Wellington Fragoso durante a reunião. De acordo com Fragoso, os militares têm direito a progressão, mas o Estado não está cumprindo, nem respeitando a lei. ?Querem me colocar na reserva de todas as maneiras. Estão desrespeitando até ordem judicial e agora tenho que cuidar melhor da minha integridade física. Mas sempre estarei lutando pelos nossos direitos, independente de qualquer coisa?, finalizou.

Convocação
O Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais convoca oficiais, policiais e bombeiros militares, professores, funcionários da saúde, policiais civis, agentes penitenciários e seus familiares, além de toda sociedade alagoana para a Assembleia Geral que ocorrerá na quinta-feira (19), às 14h, na Praça Deodoro, no Centro de Maceió.

Comentários