Com um número considerável de policiais, oficiais e bombeiros militares que ocuparam a Praça Deodoro nesta terça-feira (10), juntamente com os servidores da saúde, educação, policiais civis e agentes penitenciários, durante a Assembleia Unificada, foram tomadas algumas medidas acerca do aquartelamento ou desaquartelamento dos militares com a finalidade de reivindicar melhores salários e valorização profissional para a classe.
Várias delegações dos batalhões do interior do Estado, como é o caso de Santana do Ipanema, Novo Lino, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, São Miguel dos Campos, Delmiro Gouveia, Maragogi, Colônia Leopodina, entre outras cidades, compareceram ao movimento que contou também com as seguintes entidades: Central Única dos Trabadores (CUT), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho do Estado de Alagoas (Sindprev), Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Associação dos Oficiais Militares de Alagoas, Associação dos Oficiais da Reserva, Associação dos Cabos e Soldados, Associação dos Praças da Reserva e Associação dos Sargentos e Subtenentes da Polícia Militar de Alagoas.
Com banners, camisas, bandeiras e palavras de ordem, os servidores públicos fizeram duras críticas ao Governo do Estado pelo descaso com o funcionalismo, devido à falta de estrutura e um percentual de aumento de apenas 5,91%.
Segundo o cabo PM José Cícero, está faltando uma conscientização entre o comando das classes e o Governo do Estado. ?Precisamos dar continuidade às mobilizações para que eles percebam que não estamos de brincadeira?, disse. Élcio Sarmento, soldado da PM, explicou que essa mobilização é para forçar o Governo a pagar a data base, 7% de resíduos e a reposição do quinquênio, e acrescentou que, apesar de ser um Estado menor, Sergipe para um salário maior. ?É preciso cumprir a lei e quem não a cumpre é fora da lei e Teo Vilela está se mostrando assim, desabafou.
De acordo com o major PM Fragoso, é necessário que todos saiam do anonimato a fim de cobrar ao Governo o respeito que merecem todos os alagoanos. ?Teo Vilela não está cumprindo a Lei 6.824 e é imprescindível que ele pague, pois é um direito nosso. A segurança pública tem que cuidar da sociedade e, para isso é preciso que nós sejamos valorizados. Decreto não derruba lei e, logo no primeiro mandato o governador fez isso, mas não pode. Isso é desvalorizar e massacrar o funcionário público e os cidadãos que necessitam de segurança em Alagoas estão sendo penalizados?, ressaltou.
O presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas, major PM Fragoso, disse ainda que há dois anos o Governo declarou que não podia fazer a correção salarial, porque a crise mundial abalava o Estado, depois alegou a eleição para não dar aumento. ?Dessa vez a Lei de Responsabilidade Fiscal foi outro motivo para o Teo Vilela não dar o reajuste salarial decente aos servidores públicos. Para ele a LRF é a lei do mundo e Teo acredita que seja maior de que a Constituição brasileira e estadual e se baseia nisso para massacrar o funcionalismo público?, desabafou.
Deliberações
Durante a Assembleia foi colocado para votação o aquartelamento ou desaquartelamento. Desta feita, ficou decidido por unanimidade o desaquartelamento dos militares por 48 horas, medida que os leva a não ir trabalhar nos quartéis nestes dois dias, podendo a categoria se livrar, inclusive, de punições que seriam imputadas pelo comando geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, caso aquartelassem. Às atividades serão retomadas somente na quinta-feira, a partir das 19h00.
Na sexta-feira (13), às 15h00, na Praça Deodoro os militares irão se reunir novamente para deliberar outras ações em Assembleia. Com relação ao jogo da seleção feminina brasileira que ocorrerá no próximo sábado (14), o major PM Fragoso explicou que, caso não haja uma resposta positiva por parte do Governo na sexta-feira, a Polícia Militar não vai fazer a segurança durante o jogo. ?Absurdamente foi publicado no Diário Oficial do Estado ontem (09), que o Governo do Estado está pagando 280 mil reais para uma empresa administrar o jogo, mas quem deveria pagar isso é a CBF, não o Estado?, pontuou.
Caminhada
Exibindo dezenas de faixas com reivindicações, os militares iniciaram a caminhada com um apitaço e, logo em seguida foi distribuído nariz de palhaço a todos como forma de protesto. Muitos familiares aderiram ao movimento que passou pelo Quartel Geral da Polícia Militar e, logo em seguida parou na Assembleia Legislativa. Quando os servidores públicos souberam, por intermédio do cabo PM Simas, que divulgou em alto e bom som o aumento de 9 mil reais para 20 mil reais aos deputados estaduais, a revolta foi geral.
Inúmeras pessoas deram início ao tumulto e começaram a balançar as grades da Assembleia Legislativa até derrubá-las. Após derrubarem as grades, tentaram abrir a porta principal do local, mas não conseguiram fazê-lo. Outros militares contiveram os ânimos dos mais exaltados e foi dada continuidade à caminhada. Já no Palácio dos Palmares, com o apoio dos deputados estaduais, Judson Cabral e Ronaldo Medeiros, ambos do PT, os servidores públicos expuseram suas opiniões acerca da desvalorização salarial.
Militares decidiram pelo desaquartelamento por 48 horas
Políciapor Deyse Nascimento - ASCOM- ASSOMAL 10/05/2011 - 23h 00min Assessoria
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