Há cerca um ano, o que era apenas um sonho se tornou realidade. Nascia o primeiro Centro de Reabilitação Visual de Alagoas e também do nordeste. O CERVI surgiu da idealização de um grupo de oftalmologistas conceituados e atuantes em iniciativas de cunho social. Hoje o centro garante tratamento gratuito aos deficientes visuais, desde crianças até idosos.
O Centro de Reabilitação Visual é formado por uma sociedade civil, sem fins lucrativos, o qual presta atendimento filantrópico. O CERVI foi inaugurado em 17 de março de 2010, mas foi no dia 14 de abril que se deu o primeiro atendimento. A partir daí se tornando referência em assistência à cegueira e baixa visão.
Com isso, cegos e pessoas com baixa visão, deficientes visuais que nasceram com o problema, criança e adultos que deixaram de enxergar, contam com um espaço voltado para sua reabilitação, com suporte de uma equipe de profissionais altamente qualificados que trabalham para promover o bem estar dos deficientes visuais.
A unidade disponibiliza aos pacientes, atendimentos de oftalmologia, psicologia, fisioterapia, assistência social e pedagogia. Por mês, cerca de 50 pessoas são consultadas, mas sua estrutura comporta 120 pacientes por mês.
Como participar?
A porta de entrada para a rede de assistência é feita pela atenção básica de saúde e as equipes do Programa Saúde da Família (PSF), que encaminham os pacientes ao oftalmologista, especialista em baixa visão para o diagnóstico e o tratamento, que consiste em detectar doença ocular e também disponibilizar suas formas de prevenção.
Hoje, o CERVI trabalha no engajamento das pessoas com deficiência visual, em eventos comemorativos.
Dia Feliz no CERVI: Uma tarde lúdica, com brincadeiras, palhaço para animar e lanche para crianças.
CERVI na Folia: Uma prévia carnavalesca que reúne crianças, jovens e adultos com cegueira parcial e total para dar seu grito de carnaval e desfilar sua fantasia.
Dia das Crianças: Um evento que reúne as crianças do CERVI, suas famílias e filhos dos colaboradores para inclusão e interação de defientes com videntes.
Oficinas de maracatu:oficinas de musica como a baque alagoano, traz uma experiência diferenciada aos pacientes do CERVI, com conhecimento de instrumentos e uma futura formação de banda musical.
Grupo de auto-ajuda das mulheres: Grupo de mulheres que a cada quinze dias se reúnem para troca de experiências e testemunhos.
O trabalho é direcionado e tem trazido resultados para muitos pacientes. Mauro César tem 29 anos, possui retinose pigmentar, doença que causa baixa visão. Ele é paciente do Centro de Reabilitação desde de seu início, há um ano. ?Eu estava depressivo, isolado, não queria estudar. O empenho de todos no CERVI foi muito importante para minha reabilitação, desde o faxineiro ao médico.
Hoje, Mauro voltou a estudar, cursa o nono ano. Ele pretende fazer concurso público na área de saúde.
Já Mariza, tem 33 anos e perdeu a visão em decorrência do glaucoma, doença que atinge o nervo óptico. Ela e sua mãe Josefa Domingos, também são acompanhadas pela equipe do Centro de Reabilitação. Mariza conta que sua vida mudou depois que entrou no processo de reabilitação. ?Todos no CERVI me atendem muito bem. Eu sinto o carinho, a responsabilidade e dedicação de cada um deles. Espero que continuem sempre assim, tratando a todos, sem qualquer distinção, concluiu a paciente.
O Centro de Reabilitação Visual, já realizou mais de 1.700 atendimentos em consultas oftalmológicas, glaucoma e reabilitação. Hoje o CERVI possui 197 pacientes com perda parcial e total da visão, recebendo acompanhamento periódico com orientação e mobilidade, o que inclui, aprender a andar nas ruas sozinho, leitura, oficinas, fisioterapia, consultas e tratamento psicológico.
Extensão e Pesquisa
Neste primeiro ano, o CERVI chega com mais uma novidade. Um setor direcionado à extensão e a pesquisa, que oferecerá apoio ao corpo clínico e aos médicos residentes do CERVI e do IOFAL. Além disso, o setor desenvolverá diferentes projetos junto à sociedade alagoana, visando a melhoria da qualidade do atendimento oftalmológico.
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