Certa vez o poeta ensinou que o ser humano possui dois momentos importantes em sua existência, o primeiro deles surge no nascimento, o outro, sempre que uma nova situação se apresenta, fazendo-o amadurecer.
Assim pensando, reconheço como modifiquei o modo de encarar a vida ao sentir terem sido tiradas de mim pessoas com as quais mais me importei, tendo a partir daqueles instantes, conscientizando-me o quanto poderia ter feito mais ao lado delas, usufruindo de seus carinhos com maior frequência e ao mesmo tempo perfumando-as com palavras amorosas, ciente da importância de cada momento em suas companhias.
Entendo que tais dizeres seriam referendados ternamente por todos aqueles órfãos de mães e que nesse segundo domingo de maio choram suas ausências.
Minha mainha partiu há quase dois anos, porém cada vez mais sinto-a presente em meu viver, sempre com o seu sorriso a me iluminar e acalentar, repetindo o que durante muitos anos em cumplicidade compartilhamos da vida, enquanto esforçava-me para absorver ensinamentos por ela oferecidos, sempre repleto de altruísmo e sonhos.
Inesquecíveis as inúmeras oportunidades de tê-la de forma pujante acalmando meus medos, angústias e também oferecendo todo o apoio necessário. Incontáveis as vezes que comemoramos minhas maiores vitórias, sempre com a consciência do dever cumprido, sorrindo as melhores gargalhadas.
Pudesse mais uma única vez encontrar-lhe, falaria da imensa saudade que constantemente magoa minha alma, sem jamais estar solitário, não só porque soube me deixar pronto para encarar os eventos que fazem o mundo girar, como também pelo fato de ter ao meu outro lado a encantadora Ana Lanverly, mãe das minhas filhas.
Contaria também da admiração pela sua capacidade de ouvir o silêncio, adivinhar sentimentos, encontrar a palavra certa nos momentos incertos. Saber fortalecer quando tudo ao redor parecia ruir. Angariar sabedoria dos deuses só para me proteger e amparar.
Sussurraria em seus ouvidos, que sem ela talvez não conseguisse sobreviver a essa pantomina que é existir... sua presença foi, por si só, um ato de amor. Gerar, cuidar, nutrir e amar com um sentimento incondicional sem nada esperar em troca. Possuidora de afeto desmedido e incontido, um verdadeiro ser infinito.
Tudo isso mainha e muito mais, é o que eu tenho imaginado nesses quase vinte quatro meses longe de sua pessoa, sem nunca esquecer todos os eventos que vivemos, inclusive quando, pouco antes de completar meus treze anos, para você recitei durante um dos festejos alusivos ao dia das mães, organizado pelo Colégio Marista, uma poesia que escrevi com a sua ajuda e orientação que dizia assim:
“Pensas que não sei, pensas que não vi, o que por mim fizestes desde que nasci? Mas é engano seu, pois por intuição, sempre pressenti a sua dedicação, trocando as minhas fraldas, velando o sono meu, eras a mãe perfeita, anjo que Deus me deu. Por isso nesse dia que a ti é consagrado, lhe ofereço mil beijos e o meu muito obrigado”
Sempre te amarei. Um beijo no coração e na alma de todas as mães do mundo.
CHORANDO A SUA AUSÊNCIA.
CrônicasAlberto Rostand Lanverly, filho de Marlene Lanverly 09/05/2022 - 12h 41min
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