Assistindo a um fragmento de vídeo da novela “Senhora do destino”, chamou-me a tenção parte de um diálogo entre dois personagens. Disse um deles: “- O passado não devia estar morto e enterrado?” O outro respondeu: “- O passado é um fantasma; ainda que morto, sempre presente! Ele assombra os que mentem, os que devem e os que temem...”
Ora, o passado nunca está totalmente “enterrado” na vida de quem quer que seja. No consciente, no subconsciente, no “porão da consciência” da própria pessoa ou de outros; registrado em algum meio físico (livros, revistas, hds...), o passado é o registro da história de cada um, individualmente e/ou coletivamente.
Ele poderá até ser “esquecido” com o passar dos anos, décadas, séculos... Quem se lembrará ou poderá dizer algo que aconteceu há décadas ou séculos sem que esse acontecimento não tenha sido registrado por algum meio físico!?
Mesmo se quisermos admitir que quaisquer que sejam os eventos – acontecimentos, seres – daquilo que esteja sujeito ao tempo e ao espaço em um determinado período, pelo menos da forma como conhecemos sejam energias, poderíamos dizer que essas “energias” estariam “em algum lugar”, “esperando” alguma forma de serem sintonizadas com outra ou outras para que pudessem vir à tona – lembradas como passado. Logicamente que não estou afirmando nada, apenas especulando...
Na verdade, o que quero dizer é que o que vai fazer a diferença é como cada pessoa conduziu sua vida no passado para ser o que é no presente.
Assim, o passado pode ser um fantasma ou não, dependendo do que a pessoa tenha “produzido” para ser lembrado.
Se ela pautou momentos significativos de sua vida sobre mentiras, subterfúgios, danos a si própria ou a outrem, logicamente que ela terá medo de lembrá-lo. Nesse caso, seu passado será, de fato, um fantasma e sua vida vai estar sempre “a flor da pele”.
Ao contrário, se prevaleceram momentos de verdades, situações em que o “eu” e o “tu” apontaram para o “nós”; o coletivo foi tão importante quanto o individual; o passado, mesmo quando possa “arranhar” o presente, como por exemplo a “perda” de ente queridos, não passará de uma “saudade” que tempera a alma.
Mas, é bom que se diga que o mais importante é o presente. Se o presente reflete o nosso passado, nosso futuro dependerá do nosso presente.
Pense nisso!
[Pe. José Neto de França]
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