“O TEU DEUS, A QUEM PRESTAS CULTO COM PERSEVERANÇA, HAVERÁ DE SALVAR-TE” (Dn 6,17b)

Pe. José Neto de França

Acho que um amigo que viajava comigo e eu escapamos de uma emboscada na noite de 25 de novembro de 2021.

Tudo começou quando estávamos retornando de Santana do Ipanema, já pelas 22h.

Ao passar pelo semáforo de Dois Riachos, um caminhão e vários carros seguiam à nossa frente. Assim que a pista deu condições de passagem, ultrapassei o caminhão e os automóveis que estavam atrás deste.

Um pouco mais à frente, um automóvel, com farol alto, de forma bem atípica, aproximou-se de do meu carro e fez a ultrapassagem. Percebi que outro automóvel, só que com farol baixo, veio logo atrás, mas não ultrapassou. Devido a essa movimentação não normal, fiquei em alerta.

Mais à frente, o carro que ultrapassou o meu, parou no acostamento e abriu a porta do motorista... Eu passei direto e ao olhar pelo retrovisor, vi que o que vinha atrás de mim, parou atrás do outro. Alguém desceu e conversou com o motorista do primeiro carro.

Depois que meu amigo e eu passamos pela entrada do Povoado de Pai Mané, olhei no retrovisor e percebi os dois carros que vinham atrás; o da frente com velocidade atípica em ralação ao outro. Pouco depois, o que estava rápido passou pelo meu carro e o que vinha atrás “encostou”, deixando o meu carro entre os deles, sendo que o da frente deu uma margem boa de pista.

Diminui a velocidade para ver se o que vinha atrás passava, mas ele não quis passar.

Após o segundo quebra-molas, já ao lado de Cacimbinhas, o da frente parou no acostamento, perto de um posto de combustível, abriu as portas do motorista e passageiro e esperou pelo outro que também parou, o motorista desceu e conversaram (vi pelo retrovisor).

Continuei, passei pelo trevo e tomei a direção de Major Izidoro... Durante esse percurso, como estava desconfiado, olhei algumas vezes e não vi farol de nenhum automóvel.

Já perto dos Sem-Terra, ao ultrapassar um caminhão que transportava melancias, olhei pelo retrovisor e vi os faróis de um automóvel, e o outro também ultrapassando o caminhão. Foi quando tive a certeza de que eram os mesmos. Não sei como eles chegaram tão rápido... Não tive mais dúvidas que nós, meu amigo e eu, éramos alvos.

Perto da casa de um amigo, já dentro de Major Izidoro, os dois carros emparelharam e as pessoas que estavam neles conversaram. Em seguida, o mais rápido acelerou, passou pelo meu carro e diminuiu a velocidade. O outro continuou atrás do meu.

O da frente, ao chegar num grande quebra-molas, deu outra desacelerada de propósito, como se quisesse esperar para emparelhar com o meu carro... Foi aí que tive a ideia de desacelerar também para evitar tal emparelhamento (pensei que se fosse assalto era ali que eles nos pegariam. Ou se nós, meu amigo e eu, se fôssemos quem eles esperavam ser, iriam atirar). Suei frio!!!

Do nada, o da frente pegou o lado direito da praça que havia à frente, encostou bem perto da casa de uma catequista da paróquia e abriu novamente as duas portas. O que vinha logo atrás, parou, alguém desceu e conversaram de novo (vi pelo retrovisor).

Eu, “atenado” nos acontecimentos, peguei a rua do lado esquerdo para ir levar o meu amigo à casa da mãe dele, no Bairro de Fátima.

Deixando-o em casa, retornei à casa paroquial. Foi quando senti alívio por ter escapado, mais uma vez de uma situação de risco.

Deus é sempre fiel para com aqueles que confia!

Como disse a profecia de Daniel, “O teu Deus, a quem prestas culto com perseverança, haverá de salvar-te.” (Dn 6,17b)

[Pe. José Neto de França]

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