As fortes chuvas que castigam o Sudeste levam dor e sofrimento a milhares de famílias, principalmente as da região serrana do Rio de Janeiro, que, neste momento, tem sido a mais atingida. Até a conclusão desta coluna, os números oficiais davam conta de que mais de meio milhar de pessoas perdeu a vida nessa lamentável tragédia.
CONTRIBUIÇÃO FEDERAL
O drama vivenciado pelos moradores nas cidades de Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e Sumidouro mobilizou o Governo Federal. No último 12/1, a presidenta Dilma Rousseff — que na quinta-feira, 13/1, após ter sobrevoado as áreas de risco, percorrera as ruas de Nova Friburgo, ao lado dos ministros Nelson Jobim (Defesa), Alexandre Padilha, (Saúde), Fernando Bezerra (Integração Nacional), Luiz Sérgio (Relações Institucionais), e do governador do Rio, Sérgio Cabral — destinou, por medida provisória, R$ 780 milhões para os municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo atingidos pelas chuvas. O Ministério da Integração Nacional receberá a maior parte do montante: R$ 700 milhões, a serem aplicados em ações da Defesa Civil.
Outra destacada iniciativa partiu do Ministério da Saúde, que anunciou o envio de mais de sete toneladas de medicamentos e insumos às vítimas dos deslizamentos e enchentes no Rio de Janeiro.
A Marinha, por determinação do ministro Nelson Jobim, prepara a montagem de um hospital de campanha na região serrana do Rio de Janeiro.
Na manhã desta quinta-feira, o ministro do Trabalho, Carlos Luppi, informou que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está liberado para saque aos trabalhadores que residem nas cidades onde foi decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública.
PARADOXO CLIMÁTICO
A região serrana do Rio de Janeiro é uma das mais importantes áreas produtoras de verduras e legumes do Estado. Os danos à lavoura causados pelas fortes chuvas, aliados aos deslizamentos de terra que bloquearam as estradas de acesso à capital fluminense, prejudicam a distribuição de alimentos e fazem com que os preços ao consumidor tripliquem. Exemplo disso é o valor de verduras como a alface, que subiu de R$ 10 para R$ 30 a caixa.
Aliás, esta preocupação com a alta dos mantimentos é mundial. Reportagem da BBC Brasil informa que “no ano passado, uma seca forçou a Rússia a suspender exportações de trigo. Já as cheias recentes em Queensland, na Austrália, estão começando a afetar preços de produtos exportados para mercados asiáticos, como Índia, Bangladesh e Japão. A Austrália reduziu sua previsão de exportações de açúcar em 25%. Plantações de trigo também foram afetadas”.
Para o economista Abdolreza Abbassian, da agência das Nações Unidas para a agricultura e a segurança alimentar (FAO), a grande preocupação são as atuais condições climáticas no orbe terrestre, que podem elevar, ainda mais, o custo do milho, trigo e outros grãos. “Ainda existe espaço para que os preços aumentem ainda mais se, por exemplo, as condições de pouca chuva na Argentina tenderem a uma seca, e se começarmos a ter problemas com uma onda de frio no Hemisfério Norte que prejudique a safra de trigo”, explicou.
No Brasil, por conta da estiagem no Rio Grande do Sul, três municípios já decretaram situação de emergência. São eles: Herval, Candiota e Pedras Altas. Segundo a Defesa Civil, cerca de 50 cidades gaúchas foram afetadas pela falta de chuvas. Além do racionamento de água, é forte o impacto na agricultura e na pecuária.
CORRENTE DE SOLIDARIEDADE
A Legião da Boa Vontade, sempre presente ao lado do povo, está mobilizando a população numa corrente de solidariedade para ajudar desabrigados e famílias atingidas nessa tragédia.
O Portal Boa Vontade (www.boavontade.com) divulgou: “No Rio de Janeiro, a LBV está angariando doações em prol dos desabrigados nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, na região serrana do Estado. Para isso, está contando com o apoio do povo e de parceiros, como Rio Design Barra, Rio Design Leblon, São Gonçalo Shopping e Downtown. Nesta semana, a LBV encaminhou para a Defesa Civil de Sumaré, no interior paulista, donativos recolhidos com a população na cidade de Campinas para as vítimas da calamidade. Você pode contribuir com água mineral, alimentos não perecíveis e os de pronto consumo (massas e sopas desidratadas, biscoitos, cereais), leite em pó, além de colchões, roupa de cama e banho e cobertores.
Postos de Arrecadação:
Centro Comunitário da LBV no Rio de Janeiro/RJ: Avenida Dom Hélder Câmara, 3.059 — Del Castilho. Tel. (21) 2501-0247.
Centro Comunitário da LBV em Petrópolis/RJ: Rua Luiz Pellegrini, 128 — Cascatinha. Tel. (24) 2233-1400.
Centro Comunitário da LBV em São Paulo/SP: Av. Rudge, 908 — Bom Retiro. Tel. (11) 3225-4530.
Conta corrente para doações em prol das vítimas das chuvas:
Banco Bradesco: Agência 0292-5 — C/C: 92830-5. Banco do Brasil: Agência: 3344-8 — C/C: 205010-2.
Os donativos serão utilizados para a compra de alimentos e água potável”.
José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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