QUEM É PRIORIDADE NA EDUCAÇÃO

Luciene Amaral da Silva

Um artigo da escritora Ana Maria Machado, publicado na Revista Carta Fundamental, edição de junho/julho de 2012 que é um grande ganho para as escolas estarem recebendo mais um subsidio de informação e conhecimento, traz uma reflexão obvia de sucesso na educação vindo da Finlândia, país localizado no continente europeu que faz fronteira com a Rússia e a Suécia.

A entrevista feita a uma autoridade educacional desse país, já que sempre se destaca em seus índices de desempenho da educação tanto nacionalmente como internacionalmente, quando lhe fora questionado sobre o segredo de tanto sucesso, como um país consegue um nível educacional de excelência a óbvia resposta envergonha os demais países: o professor é o elemento prioritário em todo o sistema.

Segundo o entrevistado, na Finlândia todo professor tem formação superior de qualidade em todas as séries da educação básica. Ao organizar o orçamento da escola, o primeiro item a ser atendido, sem restrições nem cortes é a remuneração do professor, remuneração digna que atenda as necessidades do mesmo. Logo após vem questões como o prédio da escola, a biblioteca, os laboratórios, as quadras de esportes, auditórios, espaços de recreação, transporte escolar, dentre outras necessidades.

Uma sociedade que apresenta essa mentalidade e a respeita não apenas terá resultados positivos em seu sistema educacional como terá uma sociedade em evolução, não apenas desenvolvida economicamente, mas evoluída em humanização e conhecimento, pois nela o magistério é tido como pilar central da evolução.

Em disparate a essa realidade, vemos o Brasil, onde quando foi implantado o piso salarial para a categoria, no dia seguinte prefeitos e governadores reclamavam da escassez orçamentária de uma medida que prevê pagamentos não previstos, sem que lhe sejam apontadas fontes de custeio.

Mas se a educação fosse prioridade, não era a revogação do plano a luta de prefeitos e governadores, mas a busca junto ao governo federal para a efetivação dessa proposta e as outras necessidades poderiam ficar em segundo plano. Mas não é o que testemunhamos: escolas sendo cada vez mais reformadas, equipamentos chegando de forma a abarrotar pátios e quadras (não que isso seja de todo um mal), mas os salários do professores defasados, obrigando-os a cumprir jornadas triplas em diversas escolas para garantir sobrevivência e não dignidade.

Ficar em segundo plano seria a lista infindável de custeios supérfluos que retiram de onde deve ser prioridade o financiamento, como por exemplo: viagens desnecessárias de funcionários, carros supérfluos, verbas adicionais de parlamentares, propagandas caríssimas de publicidade, sem citar casos escandalosos que presenciamos na mídia. Com certeza, a população prefere ver seus impostos sendo direcionados para a formação de qualidade e remuneração digna para
professores.

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