Nos carnavais da década de oitenta, surgiu aqui em Santana do Ipanema, o bloco “INTIMIDADES COM A SOGRA” criado por Tonho Baixinho funcionário da padaria Centenário, de propriedade de Seu Mané. O bloco na sua versão original compunha-se, do seu idealizador e alguns amigos de trabalho. Tonho saía pelas ruas trajando um artefato no mínimo curioso, dava a impressão a quem observava, que o mesmo estava montado nas costas de uma velha.
Mário Pacífico proprietário do Bar Comercial, cujo slogan é “O Melhor Cuscuz com Bode da Região”, esta semana nos procurou para solicitar que produzíssemos um desenho para estampar uma alegoria de carnaval intitulada: “A SOGRA NO PINTO DA MADRUGADA” onde deveríamos criar um desenho que unisse pinto e sogra.Isso porque lá em Maceió, no carnaval desse ano, ex-integrantes do “INTIMIDADES COM A SOGRA” farão parte do Bloco maceioense: “Pinto da Madrugada” .
Fizemos e aguardamos o sucesso do empreendimento.
Voltemos aos anos oitenta: Mário, de comum acordo com Tonho Baixinho, resolveu investir no marketing do bloco. Agregando, familiares, amigos (inclusive eu seria convidado pro bloco).Criaram alegorias, fantasias, batucada, enredo. Enfim, o bloco passaria a ter diretoria e promover inclusive reuniões. Encontros dos componentes do bloco aconteciam no próprio Bar Comercial.
Só que alguns componentes como, Paulo Ventão, saudosos Ciço Lopreu e Nilton “Bofada”, simplesmente davam nos nervos de Mário, que desde aquele tempo já tinha a fama de ser “pavio curto”. A pedra no seu sapato era Paulo Ventão, filho do saudoso Miguel da Barriguda. Inventava cada uma dentro do Bar. Uma de suas brincadeiras era, apalpar o traseiro dos colegas perguntando:
-Tem pente?
Se a brincadeira era devolvida ele se saía na maior. Dum salto fazia a mão do colega ir parar nas suas partes íntimas dizendo:
-Tenho não. Tenho um escovão!
Isso deixava Mário bastante irritado. Noutro dia Paulo inventou outra brincadeira: Pegava nos mamilos dos colegas, ao mesmo tempo imitava com a boca a buzina de um carro:
-Pi-bit!
Repetiu a brincadeira tantas vezes, inclusive com Mário, que não se aguentando mais, estourou:
-Paulo Ventão! Faça-me o favor retire-se do meu bar! Você já passou dá conta... É um favor que me faz, ir embora e nunca mais entrar aqui!
Paulo Ventão, cheio de cana, não ligava a mínima pras explosões nervosas do dono do bar e permanecia no estabelecimento. Daí a pouco o que vê Mário. Paulo auxiliado pelos amigos Abílio de Maria Elza e Tonho Baleia, pregando no peito dos colegas, um pedaço de papel escrito a caneta:
PI-BIT!
Inclusive tentando colocar um também no peito de Mário, que já levava na esportiva, e via que pra aquele não tinha jeito.
Fabio Campos 10/02/2011 É Professor em S. do Ipanema – AL.
Comentários