ONDE ANDARÁ O GALEGO DO VENENO?

Fábio Campos

A vida imita a arte. A recíproca é verdadeira, pois a arte tendenciosamente imita a vida. Nós brasileiros, pela nossa condição, formação social, cultural, moral, etc. Os valores que nos foram passados. Tudo isso acaba impresso naquilo que fazemos diariamente, como exemplo acompanhar novela, filmes, seriados, etc. O gosto pelo, carnaval, shows, futebol, etc.

Com imensa satisfação acompanhamos uma notícia divulgada na televisão, que dizia apesar desse bombardeamento de recursos áudio visuais, está aumentando a porcentagem de brasileiros que compram livros. É tão bom pra um educador saber de tal notícia. Pra quem navega por as águas do mundo da leitura é muito bom saber que o universo de leitores está aumentando.

É que o mundo da ficção se enlaça cada vez mais com o mundo real. Só vejo uma explicação pra tal fenômeno. O acesso a web e o incremento da mídia, que é um universo rico, abrangente, envolvente. Considerado pela ciência como o quarto poder. Quem detém o poder de informar, formar opinião. Todos sabem que Fernando Collor, por exemplo, foi um produto lançado na mídia, pela empresa Roberto Marinho e subiu ao poder máximo de um país. É assim que a coisa funciona.

Tantos casos de morte acontecendo no mundo real e da ficção que acaba tudo misturado. É preciso ter certo discernimento pra separar hoje em dia, o que é real o que é ficção. Encontramos jovens comentando estarrecidos fatos que acontecem nas novelas;

-Quem matou Salomão Hayala?

-Quem matou a Norma?

Fazem estes comentários irreais, junto a outros totalmente reais, como;

-Quem matou o garoto na favela do Rio?

-Quem matou a juíza Patrícia Acioli?

Pelo menos pra duas dessas perguntas obteremos respostas, e o final feliz pra outras duas a Deus cabe a solução. Diante de tais circunstâncias acabamos lembrando, de um personagem folclórico que lá pros idos de 1986, tempo em que morei numa república na Rua Guedes Godin no bairro da Levada em Maceió, próximo a feira do rato. Cansei de acordar com ele fazendo a propaganda do seu produto. Era o Galego do Veneno. Vendia veneno na feira do rato. Seria realmente veneno? Interessante era a propaganda. Estava lá o galego sozinho, nenhum freguês por perto, e o peste no maior alarde ao microfone;

“-Não empurre! Por favor! Tem pra todo mundo! Minha senhora...Assim não! Não rasguem minha camisa! Por favor! Afaste aí!!! Menino tira a mão, não quero o primeiro aqui... Não empurre!!!...

A pessoa chegava ia lá só pra ver mesmo. O galego sozinho e a mercadoria espalhada no chão, ninguém nem perto. Esse mesmo galego, vi-o anos depois no horário eleitoral, candidato a Deputado Estadual. Mas onde será que está? Será que é deputado e eu não sei?...


Fabio Campos 18 de Agosto de 2011 No fabiosoarescampos.blogspot.com COM UM NOME DESSES E ALAGOANO SÓ PODE SER LADRÃO DE CAVALO

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