Se inicia hoje os festejos alusivos a semana da Pátria. Creio que deva haver a Alvorada musical, em que a Banda Fanfarra Maestro Miguel Bulhões vai às ruas nas primeiras horas da manhã, hastear o pavilhão nacional no Alto da Fé, e acordar a população anunciando ao som de clarins, liras e tambores o momento cívico que viveremos por uma semana.
Nas décadas de setenta e oitenta, este evento teve seus momentos de maior representatividade, talvez pelo regime militar ou mesmo pelo amor pátrio gentil mais aflorado nos nossos estudantes e educadores. Logo mais a noite ocorria à chegada do fogo simbólico da pátria, trazido por atletas e estudantes. O fogo ficaria ardendo por toda a semana, na pira do altar da pátria. Tendo a guarda de dois alunos do Ginásio Santana, que se revezavam na vigília cívica. No sete de setembro o desfile cívico. E o encerramento com o arreamento dos pavilhões dos estados da federação ao som da marcha batida, executada pela Banda do Maestro.
Saudoso Mário Beleza foi bancário da agência do Banco do Brasil aqui em Santana do Ipanema, na época do auge desse evento cívico supracitado. Nada tem haver o que passo a narrar de sua pessoa com a semana da pátria. Mas sim um outro evento que demonstramos amar nosso Brasil que é quando nossa Seleção canarinha joga. Foi na final da Copa do Mundo de 70, em Gaudalajara no México, Brasil enfrentaria os Italianos, os mexicanos torciam por nós. Em campo, dirigidos pelo alagoano Mário Lobo Zagallo e capitaneados por Carlos Alberto Torres, tínhamos Wilson Piazza, Gerson, Brito, Jairzinho, Pelé, Rivelino, Tostão, Dirceu, Clodoaldo e Félix no gol. Televisão era raro em Santana na época. No Monumento, lembro de tê-la, Seu Dóta e Doutor Aderval Tenório. Os maloqueiros da praça descobriram que Mário Beleza tinha televisor, e a galera foi toda pra lá. Ele morava na Rua Adeildo Nepomuceno, vizinho a Gracita Canuto das Casas Lima. A salinha cheia, Mário com os amigos tomando umas cervejas. E o dono do pedaço anuncia:
-A cada gol do Brasil vou soltar uma bomba de cordão!
Pra quem não se lembra, vale recordar que o Brasil ganhou o jogo por quatro a um. Mário não se dava ao trabalho de ir soltar o artefato bélico, no meio da rua. Do sofá mesmo atirava por uma janela. No último gol, a galera já estava prá lá de Bagdá, Mário atirou a bomba acesa, não acertou mais no vão da janela, bateu na parede e caiu no centro entre cervejas e tira-gosto. Menino! Ainda hoje tem cabra correndo, e outros procurando o par de chinelos que não se sustentou nos pés do tiro de carreira.
Fabio Campos 01/09/2011 O COMUNICADO DE ZÉ FARIAS Breve no fabiosoarescampos.blogspot.com
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