O tema preferido do momento, claro, as eleições majoritárias, o pleito eleitoral nacional que se aproxima. Nos grupos, nas redes sociais as discussões, muitas vezes, acirradas. E os convívios ficam instáveis. Sou eleitor desde 1978. Naquele ano, completaria 18 anos, e adquiri portanto, o direito de votar. Em 15 de novembro, fomos às urnas, de Lona e Cédulas Eleitorais de papel, para eleger governador do estado, deputados estaduais e federais, e senador. A presidência da República permanecia sob a ditadura militar, do general Ernesto Geisel.
Interessante ver, que há muitos eleitores fazendo chacotas dos colegas que declaram seus votos [que por essência deveria ser secreto] nas redes sociais. Passam a chamar de eleitores burros. Chamam uns aos outros de burro. Simples assim, basta declarar seu voto. Não importa de que lado estejam serão se acusarão de burro.
Achamos oportuno trazer para o (e)leitor a origem de algumas palavras, tão usadas nestes tempos. Inclusive, já as trouxemos noutras crônicas, mas quão importante é retomá-las:
“A palavra CANDIDATO” vem do Latim “candidatus” aquele que está vestido de branco. Na antiguidade, aquele que disputava um cargo público, e precisava angariar votos, vestia-se de branco para simbolizar a pureza, a brancura, a honestidade. Donde vem a palavra: cândido, puro, algo em podemos confiar cegamente. Fonte: Google.com.br”
“ELEITOR – [Adjetivo] Que é capaz de eleger ou que tem direito [substantivo masculino]; indivíduo que escolhe, ou tem esse direito, durante as eleições. Poder de escolher quem deverá ocupar determinado cargo ou posto. Eleitor de Cabresto: indivíduo que participa de uma eleição, sem exercer seu poder de escolha. Votando sob pressão ou submissão. Sinônimo: sufragista, votante. Fonte: dicio.com.br”
“VOTO: substantivo masculino: 1. promessa solene feita à divindade, aos santos etc; 2. Oferenda que visa pagar essa promessa. Fonte: google.com.br
Como podemos ver as designações, para o que se apresenta, estão todas defasadas. Analisemos estes três termos: CANDIDATO: Primeiro porque de “Cândido” entre a classe política vigente, só se for à doença sexualmente transmissível “Candidíase”; ELEITOR, no sentido linguistíco, acaba existindo um só tipo, o de “cabresto” uma vez que é obrigatório, acaba sendo “sob pressão ou submissão”. Somente o termo VOTO da forma que a língua portuguesa define, se aproxima da correta designação: algo que se promete a uma “divindade” a um “santo” que é como essa casta de políticos se sentem, verdadeiros “deuses”; oferenda paga por algo que se prometeu [no caso o eleitor; ao seu deus].
Uma música tem soado em meus ouvidos ultimamente. Veio lá da década em que comecei a votar [nem sei como conseguiu passar pelo crivo da censura] de autoria do Marcos Vale. Mas vêem-me na voz duma cantora, não sei se Wanderleia.
“Não confie em ninguém com mais de trinta anos/ Não confiei em ninguém com mais de trinta cruzeiros/ o professor tem mais de trinta conselhos/ Não confie em ninguém com mais de trinta vestidos/ o diretor tem mais de trinta minutos pra dirigir sua vida.Fonte: mus.letras.com.br
Se formos seguir essa máxima, da música, dos trinta não vai ter voto pra ninguém.
Pra encerrar. Um professor amigo meu comentava um episódio, vivido numa determinada escola. Dizia aos alunos:
-Aluno repetente. Vai ser chamado... O governo agora vai chamar os alunos, quanto mais ele repetir de ano, esse é que vai ser chamado...
-Pra trabalhar professor?
-Não. De burro! Vai ser chamado de burro!
Fabio Campos, 25 de agosto de 2018 Em breve no blog Conto inédito: NUNCA MAIS.
Comentários