É mais uma obra da escritora Lúcia Nobre. Desta, o título e a inspiração para compormos essa crônica. Honrados e muito agradecido ficamos pela atenção dispensada, em presentear-nos, a nós e as escolas (Mileno Ferreira e Senhora Santana) em que trabalhamos, com exemplares desse seu último trabalho.
Comentários de orelha da capa, feito pela escritora e professora Isvânia Marques. A obra é como se intitula, uma visão panorâmica do cotidiano da autora. Contos descortinam-se num cenário tão puro, cristalino, prazeroso de lê e tão conhecido de todos nós: O povo brasileiro, mais enfaticamente, nós sertanejos.
O compêndio de sua vasta e meteórica obras, vem elencado nas páginas iniciais. Destacamos: “Sebastião e Helena: Crônicas e Pensamentos”(1991), primeira publicação traz no título o nome dos pais da autora, que tive o privilégio de conhecer, o saudoso Seu Sebastião do Bar Comercial e Dona Helena costureira que confeccionava as fantasias do Bloco da Sogra; “O Sonho de Alice”(1998) e “A Filha do Lodo(2001)” foram lançados aqui em Santana do Ipanema, muito lisonjeados fomos convidados para as noites de autógrafos. Enfatizamos a quantidade de obras publicadas só no ano de 2007: Um total de nove! E haja inspiração para escrever tanto!
De “Cotidiano Entre Palmas e Arvoredos”, teceremos comentário sobre três contos: “As Três Sinhas”; A Mulher Azul “ e “Marcos Virgulino”. Gostaria muito de ter conhecido as personagens, as três Sinhas que existiram de verdade em nossa cidade de Santana do Ipanema. Sinha Zabé (Zabé Brincão), Sinha Filomena (Mena), Sinha Zabé (Zabé Fofa) esta última mulher do negro “Major” este tive o privilégio de conhecer, ainda criança. Via-o todas as missas acendendo as velas do altar, as que ficavam muito altas ele usava uma espécie de vara com pavio e um sininho sem badalo na ponta, que servia pra apagar quando terminava o ato religioso.
Realmente escritora Lúcia está comprovado o que coloca no roda-pé do conto: Sinha eram as pobre; Sinhá era pras ricas, por isso Sinhá Rodrigues, esposa do Manoel Rodrigues da Rocha.
“A Mulher Azul” aqui, não sei porque, mas identificamos a própria autora, na sua busca incessante pelas coisas do alto, as coisas que elevam, que enaltecem o ser humano, a firmeza nas convicções. As inquietações da alma humana que já não se conforma com as injustiças. Aquela que busca incessantemente o belo, o harmônico o que traz a paz. E que muito se identifica com o que escreveu Guimarães Rosa.
“Marcos Virgulino”: Nós também tivemos o privilégio de conhecer este personagem real das histórias de Santana do Ipanema. Já escrevemos inclusive crônica sobre ele, a algum tempo atrás. Temos outras preparadas, sobre ele, que ensejada a oportunidade ilustraremos o final desta: Marcos Virgulino era filho do estivador Virgulino. Era considerado pelos meninos do Monumento um maloqueiro perigoso. Certa ocasião levou no meio da rua, maior “pisa” de Ireneu Tenório, filho do saudoso promotor de justiça, Doutor Aderval Tenório. Todo arrebentado, chegou à porta do magistrado, portando um porrete que não tinha mais tamanho. Dona Déia muito solicita, ali apareceu e quis saber o que acontecera ao menino. Entrecortado pelo choro, o maloqueiro disse quem havia lhe causado tamanho dano:
-Foi Irineu aquele fi de rapariga!...
Fabio Campos 19/03/2011 É Professor em Santana do Ipanema – AL.
Comentários