Encontrei no posfácio do livro Vestígios da Travessia – Da imprensa à internet – 50 anos de jornalismo, de autoria de José Marques de Melo, a seguinte sentença, dita pela antropóloga e escritora alagoana Luitgarde de Oliveira Cavalcanti Barros: “Só os poetas sabem tudo que o mundo tem, não tendo.”
Na verdade, eles, os poetas, sabem expressar, como ninguém, sentimentos, emoções, paixões, experiências de vida, cantam e exaltam o amor, e criam, sobretudo, sonhos e fantasias dos mais variados matizes.
Acabo de ler o livro de sonetos O Breviário de Nice, cujo lançamento ocorreu recentemente, escrito pelo poeta Jucá Santos, ilustre e abnegado presidente da Academia Maceioense de Letras.
Felizes os poetas que, com especial sensibilidade, sabem cantar as belezas do mundo, o céu estrelado, o sibilar dos ventos, o bailado dos coqueiros de nossas praias, as cores dos crepúsculos e o barulho do mar em noites enluaradas.
Disse o autor do livro: “Quero um céu de estrelas, salpicado,/Quero a beleza imensa do luar,/Quero um jardim de flores, enfeitado,/cujo perfume me faça sonhar...”
Cláudio Antônio Jucá Santos, Príncipe dos Poetas de Maceió, é poeta lírico e romântico, mestre alagoano na arte de construir versos, bem cultural que herdou de seus antepassados, entre outros os poetas Cipriano Jucá, seu avô, e Leoni D’Herval, seu pai.
De uma ou duas assentadas, saboreei os cem sonetos do livro, parnasianos, primorosos, de versos cruzados ou alternados, muitos dos quais dedicados à querida esposa, aos filhos, netos e bisnetos. Ressalte-se, particularmente, a atenção que ele dispensou aos amigos, cuja sólida amizade soube construir e sabe conservar até hoje. Também fui alvo de sua fidalguia, dedicando-me um belo soneto.
Conheci Jucá Santos durante os empolgantes embates da política universitária dos meados da década de 1970, nos memoráveis pleitos pela presidência do diretório acadêmico do curso de Direito, no Cesmac. Anos depois, cheguei à Academia Maceioense de Letras, a ele apresentado por Amaro da Rocha Guedes, poeta e escritor de Quebrangulo, já falecido.
Depois daí, e da viagem cultural que juntos fizemos a Portugal, o querido poeta só me tem dado exemplos de homem de bem, de cidadão honrado, atencioso, e de intelectual efetivamente preocupado com a cultura alagoana. Sou seu admirador de carteirinha.
Mário Quintana disse: “A poesia purifica a alma”.
Diria, afinal, que terá a alma purificada aquele que se debruçar na leitura dos memoráveis sonetos contidos no livro O Breviário de Nice, a mais recente e preciosa contribuição de Jucá Santos para a literatura alagoana.
Maceió, junho de 2011.
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