Acabo de entregar aos cuidados da Editora Q Gráfica (Ufal) os originais de ÁGUAS QUE SE FORAM, meu novo livro de crônicas, cujo lançamento deverá ocorrer em agosto próximo, em Santana do Ipanema.
Mais uma vez, o título escolhido tem tudo a ver com água e chuva, bens preciosos do forte e calejado homem sertanejo, historicamente afeito aos rigores das secas periódicas que costumam castigar o semiárido nordestino.
Na verdade, nenhuma crônica do livro trata, especificamente, desse assunto. Mas o registro dele vale para lembrar o meu tempo de jovem vivido no Sítio Gravatá, interior de Santana do Ipanema, onde nasci, e também ter ali experimentado os rigores das estiagens que, vez por outra, afligiam a gente do lugar.
A referência a esse fenômeno serve, sobretudo, para manter sempre viva, no seio do governo brasileiro, a chama da preocupação para que sejam resolvidos, sem delongas, os graves e urgentes problemas do Nordeste, entre eles os das secas periódicas.
No mais, entenda-se como simples e temerário uso do recurso literário da metáfora.
Já perdi a conta de quantas crônicas escrevi durante mais de cinquenta anos de prática desse exercício prazeroso, de longa estrada palmilhada. Algumas delas até se perderam no tempo e outras mais, selecionadas, serviram para compor, com este, sete livros publicados, que se juntam ao de contos, somando, agora, oito.
Escrevo por diletantismo. Na minha condição de aposentado, também escrevo para bem administrar a santa e preciosa ociosidade, que mal nenhum nunca me causou. Nem a ninguém.
Disse Prado Kelly: “Um livro de crônicas tem sobre os demais a vantagem de explicar-se como espelho do tempo.” Em meus escritos, disse algumas vezes que crônicas são retratos do cotidiano, fragmentos de História.
A temática de agora é a mesma dos livros anteriores. Ao “calor das lembranças”, de que tratava Marcel Proust, tento contar aqui, em retalhos, a história da cidade de Santana do Ipanema e os feitos de sua laboriosa e hospitaleira gente.
Trouxe para as páginas do livro, entre outros motes, recortes do cotidiano, o pitoresco, o engraçado, o folclórico, o fora de série e tipos populares de minha cidade, como também casos e fatos observados no meu ambiente de trabalho, no Banco do Brasil, ao longo de mais de trinta anos, ali, de efetivo exercício.
Concluído o novo livro, cabe-me agradecer a generosidade dos amigos que têm lido meus escritos nas páginas do O Jornal, de Maceió, e no portal www.maltanet.com.br, bem-sucedido jornal virtual de Santana do Ipanema, dirigido por José Fontes Malta Neto, jovem e competente empreendedor santanense, o amigo Malta.
Maceió, maio de 2011.
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