VALOR DO MILHO
Antonio Machado
Situam os estudiosos que o milho foi introduzido na América Latina pelo índios Astecas, que pontificaram no México, na América Central, em sendo o milho pertencente a família dos Gramíneos, e de solo quente, adaptou-se com facilidade no Brasil, mormente no Nordeste, passando a ser plantado e consumido em grande escala, tanto pelas pessoas quanto os animais, visto possuir um bom teor de vitaminas também essenciais a vida humana. O Nordeste tem sido ao longo do tempo um grande celeiro de milho, de onde se extrai uma gama enorme de comidas e iguarias, sendo em grande quantidade trazida pelos indígenas. Registra a história que, os Astecas fabricavam do milho uma bebida, chamada Aluá, que era consumida por eles em suas festas, e dizem até que essa bebida continha certo teor alcoólico, que às vezes quando exagerado embriagavam os índios em suas festas, daí o valor do milho no passado. Em nossos dias essa gramínea tomou uma grande dimensão, haja vista do milho se fazer fubá, bolos, farinha, mingaus, cuscuz, pães, cremes além de uma infinidade de comidas típicas, mormente na época junina, e todas as iguarias, são muito apreciáveis pelo povo, notadamente, o sertanejo.
Vimos num passando não muito distante, o milho ser plantado e produzido em grande escala no Estado de Alagoas, sobretudo na região sertaneja, quando até nos anos escassos, o milho dava em grande quantidade, tornando-se o Estado de Alagoas um dos maiores produtores de milho do Nordeste, quando nos anos oitenta os sertanejos passaram a usar o óleo de milho como comestível visto ser uma comida sadia e de bons nutrientes para a saúde, tendo o milho com matéria prima dessa comida, a tomar grande impulso. É quando os fazendeiros e criadores começaram a introduzir o milho como forragem alimentícia para o gado, nova arrancada se insurge nos grandes plantios do milho, com o advento dos silos, constituindo se um alimento indispensável para os rebanhos bovinos e suínos com a transformação dos grãos em farelo para os animais. Atualmente, o milho é mais cultivado para o consumo animal que humano. Vê-se sertão afora, grandes campos de milho todo para silagem, que uma vez triturados por máquinas potentes, produz um excelente alimento para o gado, notadamente nas grandes estiagens, como a que hora se vivencia, quando a palma forrageira é muito escassa, e os campos não mais produzem esse cacto em grande quantidade, cedendo lugar ao milho, que este ano de 2012, sofreu uma perda muito grande, especialmente nas espigas, face a falta de chuva no tempo certo, porque a seca está instalada na casa do sertanejo sem ter prazo para sair, levando os fazendeiros e pequenos criadores, a importarem o bagaço da cana das usinas com o apoio do governo do Estado para salvar seus rebanhos, porque o milho está fraco, pouco e desnutrido, somente a palha vai ser triturada, sem nenhum teor de vitamina para os animais, grandes perdas e prejuízos aos criadores, gerando uma grande retração na produção leiteira.
Programas do Governo Federal já existem com o objetivo de trazer milho do centro sul do país para abastecer o Nordeste, que já está a se ressentir da falta dessa gramínea tão indispensável a vida nordestina. E campanha desse porte, torna-se necessário que se faça para salvar os rebanhos do Nordeste, sobretudo onde a seca impera. É destarte lamentável, o Brasil um dos maiores produtores e milho da América Latina e o Caribe, estar a caminho de importar milho do centro sul para o nordeste, visto as grandes estiagens e a falta de incentivo do governo para os produtores de milho.
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