ANTONIO MACHADO
O Brasil uma vez descoberto aos 22 de abril de 1.500, somente em 1549, foi criada a primeira escola, praticamente meio século depois, estando sempre a educação atrelada a fotos e fatores que vêem se arrastando ao longo da história, que muitas vezes dificultam o processo da aprendizagem.
A educação no Brasil foi introduzida pelos padres da Companhia de Jesus, seguidores de Sto. Inácio de Loyola, os Jesuítas, podendo-se afirmar que o Beato José Anchieta foi o dos primeiros professores do Brasil, que ao tempo em que catequizava os índios, iam-lhes instruindo através da educação no ensino das primeiras letras, tendo como palco as próprias capelas. E isto agradou ao rei D. João III, que mais tarde, mandou que onde houvesse uma capela, se construísse em anexo uma escola, e assim estava nascendo os primeiros rebentos da educação na terra de Santa Cruz. Mais tarde o todo poderoso Marquês de Pombal, (1699-1782) expulsou os jesuítas o Brasil em 1.760, e trouxe os franciscanos e beneditinos para seus lugares. O processo da educação no Brasil tem passado por muitas fases e não tem sido prioridade dos governantes, embora seja o ponto básico para o crescimento de uma sociedade, Alagoas que o diga, os jornais alardeiam com letras vivas que o estado é campeão em analfabetismo e as estatísticas apontam esses índices. Enquanto isto o secretário de educação de Alagoas, anuncia a restauração e melhoramentos de várias escolas, isto é deveras importante, mas não reflete necessariamente, a educação do estado, escola bonita não é educação, e muito menos elimina taxa de analfabetismo rotundo que capeia o estado, o que reduz esses fatores degradantes da educação, é o aluno na escola no dia a dia, com professores capacitados, qualificados e bem pagos, sem greve, por que o professor bem pago não se estimula a greve, mas se sente valorizado para o trabalho como bom profissional no exercício de sua missão, o professor compara-se as velas, nos cantares do Pe. Antonio Vieira, sacrificam-se queimando para dar luz aos outros. A constituição assegura que a educação é um direito do cidadão e um dever do estado, haja vista a missão de educar ser sublime, pois todas as profissões do mundo carecem das mãos habilidosas de um mestre, mas na maioria das vezes, quando se chega ao topo do poder a classe do Magistério é relegada a segundo plano. D Pedro dizia: ”que se eu não fosse Imperador, seria professor.” Daí se vê o valor de um professor para o aluno desde o curso fundamental a universidade, Alexandre dizia: “devo mais a meu mestre que a meu pai, se este me dá o pão que alimenta o corpo, aquele me dá pão que vivifica a alma.” Valores que dignificam o ser humano educação, formação, trabalho, honestidade, vida digna, devem ser prioridades dos que dirigem os povos, porque foram escolhidos pelo próprio povo, aumentando ainda mais a responsabilidade dos dirigentes, mas Ruy Barbosa dizia: “nem todos que manda, mandam bem.”
O conjunto de regras, normas, leis e decretos que normatizam a educação fazem parte de um contexto, que precisam ser revistos e adequados as realidade regionais, muitas vezes tornam-se as leis esdrúxulas feitas de cima para baixo, nos frios gabinetes de Brasília, fugindo a realidade do Nordeste, mormente de Alagoas, e não alcançando à mesma dimensão de outras regiões. Escolas bem equipadas, bonitas, nem sempre significa que é ensinada uma educação de qualidade, não existe uma boa aprendizagem, onde falta o conhecimento, vocação e o estímulo para a realização profissional, sei contudo que, a educação é coisa sublime, mas tudo começa em casa, levando o poeta Colly Flores escrever: “a educação nasce no lar, floresce na escola, e frutifica na sociedade”.
(Este artigo é publicado também nos jornais Tribuna Independente- Maceió e Tribuna do Sertão de Palmeira dos Índios)
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