AS CONTAS DO MEU ROSÁRIO

Antonio Machado

Antonio Machado
Existem pessoas que nascem predestinadas para cantar a vida em forma de rimas, de versos de poesias, dizem que é próprio dos poetas cantarem a dor dos outros, tenho encontrado na vida muitos desses seres iluminados, como obra da natureza, como seres excepcionais. Na noite memorável da instituição da Academia Santanense de Letras e Artes ( 29-05-2012 ), na cidade sertaneja de Santana do Ipanema, recebi de presente um livro de poesias de autoria do poeta alagoano Jucá Santos, “ príncipe dos poetas alagoanos de hoje ’’, com uma bela dedicatória, cuja obra poética se intitula As contas do meu rosário, talvez pensando, o autor, na encantadora página musical, a valsa canção composta por Paraguaçu em 1947, intitulada a Pequenina cruz de teu rosário, interpretada pela voz magistral de Carlos Galhardo, que até hoje é bonita. Levando o vate Dr. Jucá Santos, intitular sua obra também magistral, parodiando essa música, que certamente tantas vezes ouviu no recesso sacrossanto de seu lar, ao lado de sua musa, d. Nice.A obra que ora comento, As contas do meu rosário, é um florilégio de belos sonetos feitos por um mestre da poesia, todos devidamente metrificados, dizem que, o poeta que não metrifica seus versos, não é poeta, longe estou eu de sê-lo, porém Dr. Jucá Santos possui uma habilidade enorme nesse campo, construindo-se deveras, um mestre da poesia em todo livro, sente-se a predominância de um halo de cultuador da boêmia, apaixonado pela noite, e é, pois, a noite, com sua magnificência, fonte inspiradora dos poetas, dos notívagos que amanhecem na rua e voltam para casa cantando, ou mesmo, quando é acometido da insônia, a inspiração poética se lhe aflora, e o poeta não resiste, tem que escrever suas mais lindas poesias de amor, porque poeta é quem vê poesias nas flores/ quem olha a vida por um caleidoscópio de cores/ poeta é, quem tem imaginação/ sabe que os olhos da alma/ são as janelas do coração “assim escreveu outro poeta. O poeta maior, Dr. Jucá Santos, encontra inspiração, nas cores das águas da Pajussara, no farfalhar das folhas das palhas dos coqueiros da Ponta Verde, no singrar das canoas e barcos que deslizam nas águas do mar que margeia a bela Maceió, no riso das crianças, na forca da juventude, na alegria daqueles que fazer do outono da vida sua alegria de viver, enfim, é Dr. Jucá Santos um cantor das belezas das Alagoas, sem esquecer os amigos, a quem dedica poemas e sonetos, exaltando suas qualidades, tão de praxe das pessoas boas. E ainda encontra tempo para dirigir com maestria a Academia Maceioense de Letras, há mais de meio século, com o saber que a vida lhe concedeu em sua preciosa longevidade, com a mesma vitalidade de um jovem, que se lança no mundo de hoje carregado de projetos com perspectivas de um futuro cada vez mais promissor.Escreveu o poeta Jucá Santos: “ sou um poeta cheio de pecado/ ando vagando léu pelo caminho/ das incertezas, qual ave sem ninho/um pobre menestrel desesperado.”, A escola não ensina se ser poeta, ensina as regras, normatiza, porém o dom da poesia já se nasce com ele, a vida aperfeiçoa o poeta,” nascuntur poetae fiunt oratores” (os poetas nascem, os oradores se fazem)sentencia o aforismo latino.As contas do meio rosário, do poeta Jucá Santos, é mais uma obra fadada ao sucesso e a imortalidade, consagrando ainda mais, o já consagrado, Jr. Claudio Jucá Santos, o inolvidável poeta, orgulho das Alagoas.

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