AINDA, A BIENAL

Antonio Machado

Os grandes eventos possuem uma repercussão de grande monta, e deixam rastros inapagáveis, cujos sulcos, enriquecem àqueles que, notadamente, se deixam levar pelos grandes momentos que as grandes obras proporcionam. Face ainda, a realização da VIII Bienal – 2017, da cidade de Maceió, evento este que mobilizou a sociedade Alagoana e alhures, visto se tratar de enorme encontro literário abrangendo todos aspectos, naipes e gêneros literários, que narram realizações prazerosas encampada pela Editora da Universidade Federal de Alagoas, EDUFAL. Como a Bienal foi visitada por mais de 150 mil pessoas, que ocuparam todos os espaços do prédio Ruth Cardoso, surpreendendo as expectativas dos organizadores, movimentando mais de 2 milhões de reais entre vendas e negócios fechados, desdobrando-se em apresentações, atividades dramáticas, publicidades, imagens divulgadas perfazendo 800 grupos caravaneiros dentro de um espaço de 10 dias de atividades ininterruptas, vários escritores, poetas, pesquisadores, prosadores, artista do povo, além de outros segmentos culturais da sociedade, participaram cada qual na sua especialidade, surpreendendo a todos, sendo marcante as presenças dos estudantes, universitários e a sociedade maciçamente a tão singular evento.
Percebe-se que, a Bienal tem como proposta despertar, fomentar, divulgar a cultura como alavanca do progresso de povo por seu valor, constituiu-se no maior evento cultural da América Latina e hemisfério sul.
Os bons livros geram conhecimento e imortalizam seus autores, levando o livro sapiencial da sabedoria em 8,13 proclamar: “por meio da sabedoria obterei a imortalidade, e deixarei à posteridade uma lembrança eterna”.
A realização da Bienal este ano marcou com cinzel de bronze a história da literatura alagoana, a exemplo de épocas passadas, quando em Maceió viveram Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz, José Lins do Rego, além de outros nomes exponenciais que assinalaram uma época, atualmente nomes outros engalanam o cenário literário da terra dos marechais, a exemplo de Dr. Douglas Apratto, Dr. Ivan Barros, Solange Chalita, Dr. Tobias Medeiros e outros por ser este estado celeiro de grandes nomes que têm dignificado as letras, imortalizando-as na varanda do tempo.
Visitei com certa acuidade a Bienal versão 2017, surpreendeu-me, entretanto, a não participação efetiva das academias de letras existentes no estado, as que pertenço, a exemplo da Academia Arapiraquense de Letras, Ciências e Artes (ACALA), que completou em junho, pretérito, 30 anos de atividades, Academia Santanense de Letras e Artes, Centro Cultural Sertão (CCS), ambos, face as dificuldades recessivas que atravessam o país, não lhes foi possível comparecer, as demais, não possuo subsídios concretos para formar qualquer juízo, apraz-me tão somente lamentar a não presença da Academia Maceioense de Letras, por ser a mais antiga do estado. Concluo este artigo com a máxima de Henri Larcordaire (1802 – 1861), que assim se expressou: “entre o passado onde estão nossas lembranças, e o futuro onde estão nossas esperanças, há o presente onde estão nossos deveres”.

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