A SEMPRE PROFESSORA IVONETE SANTANA LIMA

Antonio Machado

Quando os fragores da juventude começam a desabrochar as flores da vida, o amor começa a se forjar no coração no aperfeiçoamento da personalidade humana, emergindo os sentimentos, que uma vez arraigados à alma, acompanharão as pessoas até o tumulo, e que muitas vezes, na caminhada sinuosa da vida, tudo não passa de um torvelino de ilusões, como escreveu o imortal Cassimiro de Abreu (1839-1860): “as primeiras ilusões da vida, aberta de noite, caem pela manhã, como às flores cheirosas das laranjeiras”. Foi, pois, nesses avanços e recuos da existência, que aos 19 de setembro de 1944, nasceu Ivonete Santana Lima, sendo filha do casal Pedro Isidoro da Silva e Maria da Silva Lima, nos carrascais de Sertânea, estado de Pernambuco, porém, criou-se em Santana do Ipanema. Fez-se jovem, bonita, inteligente e querida, constituindo-se mais tarde personalidade de destaque da sociedade santanense, trouxe Ivonete, a vocação para o magistério e o desempenhou magistralmente por ser possuidora de uma boa vocação levado a luz do saber aos que sabiam menos, quando muitos, hoje, nas mais diferenciadas atividades passaram por suas mãos de educadora. Era dona de uma bela voz, que ao lado de suas amigas, Linda e Branca, cantavam e encantavam os grandes eventos da sociedade santanense no gênero seresteiro, quantos ao ouvirem aquelas belas vozes não deixaram cair dos olhos, uma lágrima furtiva, recordando momentos inesquecíveis. A professora Ivonete Santana espalhava alegria aonde chegava, teve amores, mas não teve amor, partiu sozinha levando a saudade por companheira. Como colega de curso na universidade, quando pude compreender seu desempenho de universitária na busca de um título superior, conquistando-o com denodo e galhardia, foi professora de gerações, trabalhando em várias escolas, colégios tanto da área particular quando municipal e estadual galgando o cargo de secretária municipal de educação e supervisora estadual, cargos que exerceu com maestria e qualidade profissional. Era pessoa educada e de fino trato amiga dos amigos, fez amigos e deixou amigos.
Perguntará talvez alguém, ora, se a vida é a arte do encontro, por que existem tantos desencontros na vida? E foi nestes desencontros que Ivonete encontrou ainda jovem não seu “love story” (história de amor) mas a doença que a vitimou de maneira tão forte aos 26 de outubro de 2016, exatamente há um ano, quando entregou sua alma plácida ao Criador. Seu nome, professora Ivonete Santana Lima, deverá figurar numa escola perpetuando sua história, porque você fez por merecer. Concluo minha homenagem a você, querida Ivonete, com uma estrofe do poeta Guilherme de Almeida (1890-1969), que assim escreveu: “infeliz de quem passou pelo mundo/ procurando no amor felicidade/ a mais linda ilusão dura um segundo/ e dura a vida inteira uma saudade”.

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