A FEIRA

Antonio Machado

Os registros feitos apressados, no correr da vida que passa com pressa, e muitas vezes, guardados e esquecidos numa velha gaveta de uma mesa carcomida pelos anos, quando encontrados casualmente, por seu autor, constituem-se pedra fundamental para grandes histórias, cujos registros uma vez reconstituídos tornam-se o protótipo de uma grande obra.
Foi o que aconteceu recentemente com Dr. Sidney Wanderley e o fotógrafo Juarez Cavalcante, que juntos escreveram e fotografaram um livro chamado de A feira. O título me levou a adquirir a obra em tela, faz-se um projeto que já venho trabalhando há algum tempo usando a feira da minha cidade, Olho d’Água das Flores, que completará 100 anos (1920-2020), e pretendo lançar uma monografia biográfica focando este valioso fato histórico. Imbuído de que A feira escrita a quatro mãos pelo poeta e o fotógrafo me subsidiaria em meu plano, adquiri a obra do poeta e do fotógrafo, no afã incontido li toda a obra de uma sentada, que pouco conhecimento me deixou, encheu-me os olhos de fotos, pesquisei muito e achei tão pouco, haja vista o nome do escritor Sidney Wanderley, ser uma referencia na literatura alagoana, pois conhecimentos sobejos não lhe faltarem para escrever artigos para essas escritas de raro e excepcional quilate, mormente no campo da pesquisa, A feira escolhida foi a da vetusta Viçosa, a Atena das Alagoas, celeiro de grades nomes que tem engrandecido o Estado e quiçá do Brasil, sendo as feiras comuns a todas as férias, variando apenas na cultura que os municípios produzem, mas o formato e a popularidade do povo simples são comuns a todos, variando também no tamanho da população das cidades municípios, bastam que se conheçam as feiras de Jaramataia, de Caruaru, de Arapiraca e outras do mesmo naipe, todas são feiras com suas peculiaridades. A obra do escritor Sidney é uma obra de luxo de rico encadernamento e uma bela brochura, mas com muito espaço em branco que poderia ter sido preenchido com trabalhos da origem das feiras no mundo, o progresso e o avanço econômico e a cultura de cada região onde essas feiras se realizam e até as origens de algumas de Alagoas, a exemplo, citamos a feira de Jacaré dos Homens, Dr. Sidney, originou-se de um mero agrupamento de homens da firma Peixoto de Penedo que se reuniam às margens de um riacho temporário denominado de Jacaré, visto que naqueles arrabaldes, ter se encontrado um jacaré que na varanda do tempo o riacho passou a se chamar Riacho do Jacaré, gradativamente o lugarejo se desenvolvia e quando o povo daquele povoado reivindicou sua autonomia política, em 1959, ficou denominado de Jacaré dos Homens em homenagem aos homens que frequentavam aquela feira, visto que as mulheres em épocas passadas não frequentavam feiras, sendo locais somente de homens., melhor de que eu, o ilustre homens das letras Dr. Sidney Wanderley bem conhece a história da origem das feiras.
Escreverei a história do centenário da feira de minha cidade em 2020, porém em outro estilo, mas respeito e até lhe parabenizo pela iniciativa dentro de sua visão. Concluo meu artigo com a máxima de Voltaire, (1694-1778), que escreveu: “Posso não concordar com nenhuma palavra que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo”.

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